NBB 21/22: o que dá para prever com base no Campeonato Paulista?
Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Apaixonada por basquete, foi repórter do NBB em Fortaleza. Primeira mulher a comentar uma partida de futebol na TV cearense. Autora do livro A Verdadeira Regra do Impedimento, sobre a história do futebol feminino estadual
O NBB já tem data para a nova temporada. No dia 23 de outubro, 17 times vão disputar o maior campeonato de basquete brasileiro, com direito a algumas substituições — nunca a lista de participantes se manteve para a temporada seguinte. O problema mais recorrente é a falta de manutenção do aporte financeiro. O Campo Mourão deixa o torneio por esse motivo, mas o Rio Claro retorna após uma temporada afastado. O torneio vai ter, também, a estreia do União Corinthians, campeão do último Campeonato da CBB (o acesso não é direto, mas o campeão tem a possibilidade de pleitear a vaga, desde que preencha os requisitos, incluindo a garantia financeira).
Muitas equipes ainda não oficializaram as contratações para a nova temporada, por isso, não é possível fazer uma prévia mais completa do que pode acontecer na 14ª edição do torneio. No entanto, dos 17 times, oito disputam o Campeonato Paulista, e sobre esses times já é possível apontar alguma coisa.
Logo após o fim do último NBB, uma “dança das cadeiras” dos técnicos paulistas movimentou a intertemporada. O Paulistano demitiu Régis Marrelli e contratou Demétrius Ferracciú, do Corinthians. O Timão chamou Léo Figueiró, que treinava o Bauru. O Dragão então trouxe de volta Guerrinha, ex-Mogi, que, por sua vez, optou por efetivar o interino Danilo Padovani.
Do ponto de vista dos resultados, Marrelli, o primeiro a perder o cargo e o único dos envolvidos que segue fora do comando, foi o mais injustiçado. O Paulistano de Régis foi a melhor surpresa da última edição, brigando pelo G4 durante todo o campeonato, mesmo após perder jogadores importantes como Yago e Coleman.
As equipes envolvidas passam por uma mudança nos elencos, em menor ou maior grau. O Bauru vem com um elenco “intermediário”. O time, que apostou nas contratações na última temporada, deve vir um pouco mais modesto, já que perdeu nomes como Tyrone, Gui Deodato e Zach Graham, mas deve contar com um reforço que já estava no elenco. Gabriel Jaú vem jogando de forma mais móvel e é um dos grandes nomes da temporada até aqui.
O Corinthians perdeu a base que tinha em Ricardo Fischer e Zoom Fuller e não empolga até o momento, mas espera que o recém-contratado Melvin Johnson cumpra o papel de pontuador quando estrear. O Mogi segue dependente de Fúlvio, mas vê Lessa crescendo. O técnico Guerrinha, eleito o melhor da temporada 19/20 era um claro diferencial nessa equipe. Sem ele e sem uma contratação que altere o patamar do time, o Mogi deve ficar, mais uma vez, no meio da tabela. O Paulistano ainda oscila, mas pode fazer um bom campeonato. O crescimento contínuo de Felipe Ruivo e a adição de Danilo Fuzaro à ala, que já conta com Cauê Borges, pode render bons frutos.
Já o Rio Claro contratou o trio Pecos, Betinho e Pastor, ex-Unifacisa. Assim como na campanha no time paraibano, não houve destaque e a competitividade esperada no NBB até aqui e o time paulista é o vice-lanterna do Estadual. O Pinheiros, que apostou na base na última temporada e “descobriu” Gabrielzinho, trouxe contratações pontuais como Dikembe e Deryk. A média de idade segue baixa, mas o time faz um Paulista consistente, atrás apenas dos dois favoritos.
Não tem como negar que Franca e São Paulo são os favoritos ao título estadual e dois dos principais times da próxima temporada do NBB.
O Tricolor foi o time que mais venceu na primeira fase do Paulista. Mesmo perdendo Georginho e Lucas Mariano, os dois últimos MVPs, trouxe nomes como Marquinhos e Bruno Caboclo, duas contratações até surpreendentes de certa forma. O primeiro foi um dos grandes responsáveis pelas últimas boas campanhas do Flamengo e é conhecido por ser decisivo. O segundo é nome fixo na seleção e estava no basquete europeu após anos de NBA. Mas, um ponto a ser observado é a média de idade. Com a titularidade de nomes como Elinho, Marquinhos e Tyrone, esse fator deve ser levado em consideração, principalmente porque o técnico Mortari não costuma rodar muito o elenco.
O Franca recebeu Lucas Mariano e Georginho, manteve Lucas Dias, trouxe David Jackson e o argentino Scala. Individualmente, é um dos melhores elencos do país. No entanto, são muitos jogadores que possuem a característica de posse de bola, o que pode levar um tempo até a adaptação, caso ela venha, de fato, a acontecer.
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