NBA se rende à Covid, mas não abre mão do fator financeiro
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Jornalista formada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Apaixonada por basquete, foi repórter do NBB em Fortaleza. Primeira mulher a comentar uma partida de futebol na TV cearense. Autora do livro A Verdadeira Regra do Impedimento, sobre a história do futebol feminino estadual
NBA se rende à Covid, mas não abre mão do fator financeiro
O aumento dos casos de Covid na liga coincide com o aumento do número nos Estados Unidos como um todo. O país chegou a registrar, em 24 horas, 268 mil novos casos e 1.756 novas mortes
Foto: Adam Pantozzi / NBAE / Getty Images / Getty Images via AFP
Lance do jogo Los Angeles Lakers x Phoenix Suns, no Staples Center, pela NBA
Em dado divulgado pelo portal StatMuse, 25% dos atletas da NBA já entraram nos protocolos de saúde e segurança de prevenção à Covid na atual temporada. Entre os meses de outubro e novembro, foram 17 casos. Agora, em dezembro, já são mais de 100, em uma soma atualizada diariamente.
O aumento dos casos de Covid na liga coincide com o aumento do número nos Estados Unidos como um todo. O país chegou a registrar, em 24 horas, 268 mil novos casos e 1.756 novas mortes, com a variante Ômicron correspondendo a mais de 70% das infecções.
No entanto, em entrevista à jornalista Malika Andrews, da ESPN norte-americana, o comissário da NBA, Adam Silver, afirmou que a liga não deve ser paralisada. Silver declarou que, já que o vírus não será erradicado, é necessário aprender a conviver com ele.
O fator financeiro é uma das principais razões para a não paralisação dos jogos. A rodada de Natal, que ocorre tradicionalmente no dia 25 de dezembro, é uma das datas mais importantes do ano para a liga. No entanto, a tentativa, na verdade, é apenas de minimizar o prejuízo, já que é inconcebível que uma rodada de Natal sem Kevin Durant, Luka Doncic e Trae Young tenha o mesmo apelo. Trae, pode-se dizer, foi o maior motivo para a inclusão do duelo entre Hawks e Knicks na rodada de Natal, após comandar as vitórias marcantes do time de Atlanta no Madison Square Garden nos playoffs da última temporada.
Na coluna da última semana, citei que times chegaram a entrar em quadra com apenas oito jogadores disponíveis no elenco, em virtude do aumento de casos e da atuação do protocolo de saúde. Como “saída” para os desfalques, Adam Silver informou que a NBA vai permitir a contratação temporária de jogadores, inclusive, da G-League, uma liga de desenvolvimento.
Apesar de um substituto da G-League não ter o mesmo impacto de um titular que venha a estar afastado, essa foi a melhor alternativa da liga, porque, sobre as outras propostas, “questionáveis” é a mais eufemística avaliação que se pode dar.
Silver comentou que, em parceria com a associação de jogadores (NBPA), a liga discute reduzir o tempo no qual jogadores que entraram no protocolo de saúde, mas estão assintomáticos, ficam afastados dos jogos. Em outras palavras, seria possível atuar mesmo contaminado.
A aparente falta de sensatez não parte apenas da administração da própria NBA. Sendo um dos times com mais desfalques em razão do protocolo de saúde, o Brooklyn Nets pensou em um reforço: Kyrie Irving. O armador, assumidamente não vacinado, seria reincorporado ao grupo.
Kyrie não foi proibido de jogar por não estar vacinado, mas, como Nova York, sede do Nets, exige a vacinação para a participação em eventos esportivos, ele poderia atuar apenas nos jogos fora de casa e em cidades que não fizessem a mesma exigência. Como forma de “punição”, o Nets afastou Irving por completo. No entanto, o camisa 11 volta à equipe justamente agora, no mais sério momento de contágio da temporada.
Minimizar desfalques por Covid com um jogador não vacinado definitivamente não parece a melhor solução a se tomar. Assim, a liga segue, por mais uma semana, sendo destaque – negativo – em pautas de saúde, e, infelizmente, longe do esporte.
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