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Ter ou não ter? Eis a questão
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Com formação em desenvolvimento mobile pelo IFCE e pela Apple Academy, junto ao seu conhecimento em Design e Animação, atuação em UI|UX e experiência na criação de aplicativo móveis, fundou a Startup Mercadapp. É amante dos livros, da música, do teatro e do ballet. Tudo isso sempre junto e misturado a tecnologia e inovação. Escrever sempre foi seu refúgio dentro dessa jornada tão desafiadora, que é ser uma jovem mulher empreendedora

Larissa Lima comportamento

Ter ou não ter? Eis a questão

Fui aprendendo dia após dia a ir deixando a leveza que tinha nos meus armários, ser também a leveza de minha mente.
Tipo Análise
Desapego pode ser um aprendizado para tornar a vida mais leve (Foto: Divya agrawal/unsplash)
Foto: Divya agrawal/unsplash Desapego pode ser um aprendizado para tornar a vida mais leve

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Logo após a venda da minha startup para uma grande empresa. Precisei aprender a trabalhar o desapego emocional. E para me ajudar, decidi ler o livro: “Essencialismo: A disciplinada busca por menos” de Greg McKeown. Nunca poderia imaginar que o livro iniciaria justamente falando sobre a venda de uma empresa e que esse livro seria de tamanha importância nesse meu processo.

Na minha vida, ter somente o essencial não era apenas um modo de vida. Só era possível ter pouco. Minha primeira casa após o casamento, era uma kitnet, uma salacozinha com cama. Então tínhamos apenas o que era necessário ter. Para vestir, eu sempre gostei de ter poucas opções mesmo. Empreender já exige tomar tantas decisões por dia. Não precisar escolher entre uma enorme variedade de roupas e sapatos. Nossa! Para mim era ótimo. Sempre me perguntei: Por que mais de um par de sapatos se eu só tenho um par de pés?

Mas quando se tratava do emocional, sempre quis ter tudo em excesso. Controle em excesso. Visão em excesso. Pessoas em excesso. Comunicação em excesso. Reconhecimento em excesso. Se doar em excesso. Trabalho em excesso. Responsabilidades em excesso. E após vender minha própria empresa, eu sabia que não ia mais poder ter todo esse excesso. E que aprendizado!

Na leitura do livro, me deparei com a seguinte frase: “Descobri que a maioria das pessoas simplesmente ficou tão acostumada a viver exausta que se esqueceu de como é estar totalmente descansada.” E foi como uma faca atravessando meu corpo. Eu estava totalmente esquecida do que era viver, inundada em mim mesma, no meu excesso.

Foram dois anos de preparação para minha saída do negócio. E fui aprendendo dia após dia a ir deixando a leveza que tinha nos meus armários, ser também a leveza de minha mente. Diminui ainda mais os bens materiais. Fui aprendendo a remover o excesso de coisas triviais, e fui entendendo a importância de manter apenas as poucas vitais.

E assim, entreguei o negócio rodando sem minha presença. Mas principalmente, entreguei a mim, a vida sem o negócio.

 

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