Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)
Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)
Nas últimas décadas presenciamos guerras urbanas envolvendo as áreas de favelas e bairros pobres. Estas áreas, quase sempre advindas de ocupação informal ou irregular, ficam alheias às instituições legais, com seus próprios mecanismos de autogestão e, às vezes, submetidas a poderes paralelos ao Estado, sejam eles facções do tráfico ou milícias.
O que acontece é que a ausência do Estado nos leva a uma situação de risco, não apenas relacionada à qualidade da moradia e dos serviços de saúde e educação, mas também à violência urbana, que gerou ao longo do tempo um forte estigma social nos bairros mais pobres.
Nossa principal questão tem raiz, claro, na desigualdade social. Mas a morosidade do desenvolvimento urbano também tem agravado a vulnerabilidade porque leva grande parte da população à informalidade.
Em geral, o cenário é de grande densidade, ilegalidade da terra, insalubridade atrelada à falta de saneamento básico, ausência de serviços e infraestrutura básica, e elevado índice de autoconstrução.
As lideranças comunitárias são a voz no ordenamento dos territórios, sendo essenciais para o diálogo com o poder público. Mas as lideranças também estão vulneráveis as forças opressoras do crime organizado, submetendo-os as regras do domínio físico do território.
Diante desse cenário, a urbanização dessas áreas é parte de uma solução mais sistêmica que pode inibir a atuação criminosa do poder paralelo.
Uma vez estruturadas com iluminação, pavimentação, acesso a água e saneamento, a comunidade se restabelece como par parte da cidade, estreitando seu diálogo com Estado, e consequentemente reduz o controle pelo poder paralelo.
A regularização fundiária também é importante para garantir a segurança de propriedade dos moradores e reduzir a sua vulnerabilidade as expulsões, por exemplo.
A urbanização é o pano de fundo para que as cidades construam ambientes propícios para a prosperidade nos territórios mais críticos, e é também, simbolicamente a presença do Estado, cumprindo seu papel de amparo, gerando oportunidades e segurança para a comunidade. n
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