Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)
Arquiteta, é idealizadora do Estar Urbano - Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, que já recebeu oito premiações na Casa Cor Ceará. Docente da Especialização em Arquitetura Sustentável da Universidade de Fortaleza (Unifor)
Foram anos de Minha Casa Minha Vida, agora "Casa Verde e Amarela", produzindo milhões de unidades habitacionais no país, como principal política habitacional, mas que só se distanciou de solução para a problemática. O déficit na verdade, só aumentou no passar dos anos.
E vimos os perversos efeitos da política habitacional tradicional, que desde então criaram milhões de unidades distantes das áreas centrais, monofuncionais e deficientes de infraestruturas urbanas. O mau urbanismo favoreceu a criminalidade, causando o abandono de imóveis pelos moradores.
Também não temos dados do destino desses beneficiários que não permaneceram em suas casas. Foram muitos imóveis devolvidos à União, agora ociosos e sem uma destinação clara. Isso revela que a produção de casas em massa não só foi ineficiente como política de habitação, como também pode ter causado danos a famílias de baixa renda, colocando-as em uma maior situação de vulnerabilidade.
Essa contradição de produção de casas x acesso a moradia é ainda mais claro quando se observa em Fortaleza, com um déficit habitacional de 120 mil famílias, tendo mais de 160 mil imóveis vagos, disponíveis para locação.
Outro ponto relevante, é que o mercado informal de construção e locação de casas só cresce. A grande maioria da população de baixa renda vive de aluguel e compromete até 30% da sua renda familiar com a locação da casa. Esse número é ainda maior entre chefes de família mulheres, que priorizam e investem na casa.
Tudo isso indica que precisamos ter também uma solução mais abrangente quanto à política do aluguel social. A locação também dá as pessoas, maior liberdade de escolha sobre onde quer morar, considerando os ciclos naturais de vida como um trabalho próximo, elos afetivos como família e amigos, ou mudanças na configuração das famílias: separações, filhos, morte, etc.
O que não faz sentido é produzir mais casas de baixíssima qualidade, em locais expostos a diversos riscos, que compromete a renda de famílias por longos prazos, muitas vezes configurando como o único patrimônio familiar. n
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