
A Layout é um espaço que aborda o mercado publicitário local e nacional. Cliff Villar é jornalista, publicitário e professor. Atualmente é diretor Corporativo do Grupo Comunicação O POVO
A Layout é um espaço que aborda o mercado publicitário local e nacional. Cliff Villar é jornalista, publicitário e professor. Atualmente é diretor Corporativo do Grupo Comunicação O POVO
Um dos maiores males da comunicação é o clichê. A palavra tem origem francesa, vindo do verbo "clicher" que significa imprimir ou clicar. Com o passar do tempo, a expressão passou a ser usada para descrever ideias repetidas e desgastadas. Ocorre que a expressão ampliou mais ainda seu protagonismo com um carimbo nas pautas jornalísticas, nos roteiros dos audiovisuais e também na criação publicitária.
A ampliação virou uma espécie de pandemia de clichês: falou da Bahia, imediatamente capoeiristas emergem no cenário e baianas com turbantes distribuem cocadas e acarajés para turistas. O Rio Grande do Sul é um dos paraísos do clicherismo com chimarrões e bombachas. Aqui no nosso torrão, existe quem acredite que o chapéu de couro e o bilro da rendeira nos sintetizam.
Na trinca de exemplos, surgem todas as imagens oficiais que, erroneamente, ousam nos enquadrar. A Bahia é mais que o axé, os gaúchos são mais que churrasqueiros e o Ceará não é só o sertão esturricado pelo sol. Essas conclusões ampliam o que somos e mitigam o reducionismo que nos conduz a uma limitação que tenta nos definir. O Ceará, por exemplo, produz flores, um dos maiores do País no segmento e nossa indústria pesqueira se destaca pelo atum.
Ampliar o que sabemos sobre um lugar, uma pessoa ou mesmo um produto ou marca, é função de quem comunica, seja um jornalista, um escritor, um profissional de marketing, um cineasta ou um publicitário. O modo anti-clichê é uma contribuição para o enfrentamento de distorções rígidas que engessam as possibilidades de mobilidade social.
Representar a população carente de forma racial é um perigoso lugar-comum que reforça uma percepção que acaba por se traduzir como realidade. Leiautar uma peça de um prédio de luxo com uma família branca com traços nórdicos propõe subliminarmente um padrão social idealizado pelas elites sócio-raciais.
Trazer personagens que se apresentam fora dos contextos preconcebidos, torna a comunicação muito mais rica e propositiva. Mulheres gordas usando lingeries, pais trocando fraldas de bebês, idosas sensuais, homens entregando flores a outros homens, tudo isso nos tira do lugar comum, e tirar do lugar comum é uma das principais armas de qualquer mensagem, seja uma matéria jornalística, seja um novo posicionamento de marca, seja uma nova campanha.
Fugir do clichê é necessário. O clichê é um suporte para quem, na verdade, não precisa de um. O clichê é a espreguiçadeira dos profissionais que não se arriscam às novas ideias e às mudanças do mundo.
Dodora Guimarães é especialista em Teoria da Comunicação e Imagem, graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e diretora-presidente do Instituto Sérvulo Esmeraldo.
O POVO - Qual é hoje o maior projeto do Instituto Sérvulo Esmeraldo?
Dodora Guimarães - O da preservação da obra pública do Sérvulo Esmeraldo, no Ceará. Trata-se de um projeto de salvaguarda de parte considerável do patrimônio artístico-cultural do Estado, que pode vir a ser exemplo para o Brasil. Justiça seja feita. O Sérvulo foi muito determinado na escolha de Fortaleza para o seu retorno ao Brasil. Depois de 22 anos trabalhando na França, o projeto Ceará, sua luminosidade e a escultura pública foram sua âncora na terra do sol. O Monumento ao Interceptor Oceânico, na Praia do Náutico, inaugurado em 1978, continua sendo uma das maiores e mais impactantes esculturas contemporâneas do Brasil. Obstinado no seu projeto, Esmeraldo deixou, entre obras públicas, de uso público e integradas à arquitetura, hoje de pé, e enfrentando intempéries e, em alguns casos, abandono mesmo, 37 obras em Fortaleza, Crato, Quixadá e Cruz, catalogadas na Instrução de Tombamento elaborada pelo Prof. Dr. Romeu Duarte, protocolada em dezembro de 2023, na Secretaria da Cultura do Estado, que acompanhou a solicitação do Instituto Sérvulo Esmeraldo, de proteção legal para o conjunto reunido. Esperamos que esta medida não demore mais tanto para acontecer. Temos um histórico de obras de grande valor simbólico desaparecidas, caso do Monumento aos 75 anos do DNOCS (escultura-fonte com 9 metros de altura), o mesmo ocorrido com o Monumento aos 30 anos da Faculdade de Medicina, da UFC. Ou o caso do Cruzeiro da nave central da Catedral Metropolitana de Fortaleza, que foi parar na praça da Igreja Matriz da cidade de Cruz. São muitos os casos inexplicáveis de sumiço, destruição e de abandono mesmo.
OP - O Sérvulo é um dos mais célebres artistas plásticos do Ceará, você pensa em licenciar produtos com esta marca?
Dodora - Claro, estamos muito abertos para isso. E somos entusiastas, com seriedade e responsabilidade, evidentemente. O licenciamento é um meio importante que temos como canal de divulgação e manutenção tanto da obra como da instituição. A gestão do instituto demanda muitos recursos, e esta pode ser uma das fontes que podemos dispor. Já temos tido algumas experiências, como os contratos feitos com o empreendimento Pier Beira Mar, do Beach Park, com a grife Sau, da estilista Marina Bitu, com a Baba, do estilista Gabriel Baquit, com a Gabriela Fiuza.
OP - Existe um projeto de lei (ou uma lei) que orienta a colocação de obras (esculturas) nas fachadas e jardins dos condomínios de Fortaleza. Qual a sua opinião sobre isso?
Dodora - Infelizmente não. Estamos atrás de capitais como Recife, e penso que Natal, também. O Sérvulo Esmeraldo foi um grande defensor da obra pública, de leis de incentivo para este fim, não só em Fortaleza, mas no Brasil. Ainda no início dos anos 1980 ele chegou a minutar uma lei federal (que ele chamou de 1% ou 2%, se não estou enganada) que ele apresentou a dois deputados cearenses, que obrigava a destinação de um percentual para obras de arte integradas a projetos de edificações públicas. Ele foi diversas vezes a Brasília para tratar do assunto, divulgou na imprensa e cobrou dos nossos políticos apoio. A ideia não vingou, infelizmente. Uma andorinha só não faz verão. Ele, então, voltou-se para a efetivação de uma lei local, que contemplava edificações públicas e privadas, com determinadas especificações, que apresentou ao vereador Francisco Martins para ser trabalhada na Câmara Municipal de Fortaleza. Que também não foi para a frente, apesar de articulações na imprensa e no meio político. O Sérvulo foi um artista ativo na defesa dos direitos da classe e da arte de modo geral, lutando por escolas, leis, gestão democrática dos museus, política cultural efetiva. Seu Sérvulo não era de brincadeira não. Veja o seu papel na imprensa. Ele não perdia uma oportunidade para emitir sua opinião vigilante. Temos no Instituto cópia de um Projeto de Lei (0069/97), de 1997, da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, proposta pelo então deputado Artur Bruno, presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, que estabelece a obrigatoriedade de colocação de obras de arte de artistas plásticos cearenses nas praças e edificações públicas e de uso público. Não sei por que razão esta lei não foi regulamentada. Dispomos, também, de minuta de Decreto da Prefeitura Municipal de Fortaleza, que cria o Parque de Esculturas de Fortaleza, emitido pela Procuradoria Judicial do Município, assinado pelo Dr. Wagner Barreira Filho. Também de décadas atrás, e que até hoje não saiu do papel. Quero
lembrar aqui, que nesta luta Sérvulo Esmeraldo contou com um parceiro de primeira hora, seu amigo-irmão Demócrito Dummar. É impressionante como a arte pública não é considerada nem mesmo pelos responsáveis pelas grandes edificações públicas de fins culturais, veja-se o caso do Dragão do Mar, da
Estação das Artes, da Pinacoteca do Ceará, do MIS, para ficarmos em Fortaleza.
OP - Qual projeto você gostaria de ter feito ou de fazer novamente?
Dodora - O Festival Sérvulo Esmeraldo que realizamos no Crato, e que em outubro próximo acontecerá lindamente em sua sexta edição. Um evento consolidado pela qualidade da programação pautada sempre na atualidade das residências propostas por artistas do mais alto nível. Viabilizado pela Lei do Mecenato Estadual, o Festival Sérvulo Esmeraldo 96, que nesta edição vem com o auspicioso tema – Tecer o Amanhã, tem o patrocínio master da Aço Cearense. E apresentará exposições, oficinas, masterclasses, vivências ambientais e culturais, com Carmela Gross, Jonathas de Andrade, Carla Chaim e Rodrigo Andrade. Além de bate-papos on-line. Dirigidos a todos os públicos, com toda programação gratuita.
"O livro O ateliê de Giacometti, publicado pela Cosac & Naif e traduzido pela artista plástica Célia Euvaldo, é um clássico. A obra trata da respeitosa relação entre o escultor suíço Alberto Giacometti (1901-1966) no seu ambiente de trabalho e o notável escritor e dramaturgo francês Jean Genet (1910-1986). Posar para o escultor foi o pretexto para a investigação almejada. Super recomendo a leitura."
A Temprano é a responsável pela campanha Patrulha do Saneamento. O desafio foi o de transformar um tema técnico em popular. A agência recorreu ao carisma de Froxilda, Cinira, Danduska Tsunami, Zunim Zoião e Chico Pezão, personagens do Garras da Patrulha, para falar de forma bem-humorada sobre a importância de ligar a casa à rede de esgoto. Ponto para a agência e ponto para o cliente, a Ambiental Ceará.
A Goldentec virou Get. O rebranding desenvolvido pela Join, foi além de uma mudança de nome. Transformou-se em um movimento de escuta e reposicionamento. A campanha, projetada pelo design Marcus Braga, busca a conexão com um público mais exigente e digital. A nova identidade reforça a proposta de ser próxima, relevante e presente na rotina de quem vive, cria e trabalha com tecnologia.
A Forno Lab lançou o Acelerador de Vendas, programa de oito meses com garantia de aumento de vendas ou o valor investido devolvido integralmente. A iniciativa é indicada para empresas que desejam profissionalizar o marketing e acelerar vendas. A proposta rompe com o modelo de entregas isoladas e oferece estrutura completa: equipe dedicada, CRM, conteúdo, tráfego e mentoria, com foco em estratégia, dados e resultado real.
A Bando Propaganda desenvolveu a identidade visual do restaurante Bang's. Já a estratégia de reposicionamento da marca foi conduzida pela Nexum Marketing e Resultados. A nova identidade trouxe um logotipo atualizado e uma paleta de cor diferente. Azul, vermelho e amarelo marcam o visual dessa nova fase que busca transmitir uma marca mais boêmia.
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