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A POESIA EXISTE POR QUE A VIDA NÃO BASTA
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A Layout é um espaço que aborda o mercado publicitário local e nacional. Cliff Villar é jornalista, publicitário e professor. Atualmente é diretor Corporativo do Grupo Comunicação O POVO

Layout arte e cultura

A POESIA EXISTE POR QUE A VIDA NÃO BASTA

A vida basta porque tem poesia
 Projeto Poesia em Cartaz, idealizado pelo publicitário e escritor Paulo Fraga (Foto: Felipe Fraga/Divulgação)
Foto: Felipe Fraga/Divulgação Projeto Poesia em Cartaz, idealizado pelo publicitário e escritor Paulo Fraga

"Um livro de poesia na gaveta não adianta nada, lugar de poesia é na calçada". O compositor maldito (bendito seja) Sérgio Sampaio entoava esses versos nos anos 1970. Aqui em Fortaleza, um outro poeta, o publicitário Paulo Fraga-Queiroz, teve uma epifania ao receber um presente simbólico da empresária Musa Santos, da Bandeirantes Mídia OOH. Musa o presenteou com 20 placas para promover o lançamento de Pássaros de Giz, livro de poesias de Fraga-Queiroz. Daí o insight, em vez de utilizar as placas ofertadas para o seu livro, ele pensou: por que não veicular versos de poetas cearenses?

A ideia virou um projeto inusitado. Outras empresas de outdoors, além da Bandeirantes, entraram no projeto: Bigdoor, Compasso, Divulcart e RH Outdoor. Depois vieram o Museu da Imagem e do Som do Ceará, a SM Incorporações e o nosso Vida&Arte, aqui do O POVO. A iniciativa passou a operar em mostras bissemanais de 20 cartazes por etapa, mantendo o texto como protagonista e privilegiando poemas curtos ou trechos de impacto — uma curadoria pensada para o tempo de leitura na rua. Em paralelo, cada autor ganha um carrossel com poema e mini-bio no Instagram oficial do projeto (@poesiaemcartaz).

Propagar. O verbo que originou o termo propaganda, surgiu como um ato de promover, de propagar a fé. Ampliando o conceito, provocar reflexões é talvez um dos principais atributos semióticos da publicidade e do marketing. Utilizar uma mídia OOH numa metrópole como Fortaleza é um convite a outras possíveis conexões. O Poesia em Cartaz, além das placas, terá em dezembro um sarau aberto no Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE). Na praça do MIS, poetas farão leituras públicas de seus poemas entre as projeções dos versos na fachada do museu. Em latim clássico, poesis edicto. Em português contemporâneo, poesia urbana. Seja na língua de Sêneca ou no idioma de Augusto de Campos, a sociedade, mais conhecida entre nós da publicidade e do marketing como mercado, sai impactada com as inesperadas placas poéticas. Na verdade, o projeto é o recorte, o resgate de uma realidade que nos força às vezes a viver num mundo escasso de poesia. Ledo engano, a poesia mesmo quando surge introspectiva, cumpre o papel de humanizar o cotidiano, honra a função de questionar a rigidez das rotinas, como se fosse uma barricada de resistência contra a mecanização da vida. Em tempo, o título deste texto é uma variação de um famoso aforismo do lendário poeta Ferreira Gullar: "A arte existe porque a vida não basta". Ligue os pontos.

Dois pontos com Silas de Paula

Silas de Paula é uma das vozes centrais da cultura de imagem no Ceará. Doutor em Ciências Sociais pela Loughborough University (1996), pesquisador de fotografia e audiovisual e professor aposentado da UFC. Dirige o Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE) desde 2018.

O POVO - Quais os planos do MIS para 2026?

Silas de Paula - O MIS quer expandir a digitalização do acervo e ampliar o alcance das exposições imersivas. A instituição prepara novas parcerias nacionais, ações de formação e uma grande mostra dedicada aos 300 anos de Fortaleza. Em janeiro, já teremos a mostra "YPYKUÉRA - Povos originários e a Megafauna" sobre a nossa história ancestral. O intuito é manter o museu como referência em difusão do audiovisual.

OP - Como funciona o intercâmbio entre os outros museus no Brasil?

Silas - Hoje, mantemos um intercâmbio ativo com museus brasileiros, especialmente com outros MIS, por meio de circulação de exposições e cooperação técnica. O museu participa de redes, como o Fórum MIS, e promove trocas sobre preservação audiovisual com a TV Cultura e a Cinemateca de São Paulo. Além disso, desenvolve projetos com o Instituto Tomie Ohtake e o Memorial da Resistência de São Paulo.

OP - Qual a importância do MIS na preservação do audiovisual no Ceará?

Silas - O MIS é o principal guardião da memória audiovisual cearense. Atua na preservação, digitalização e difusão de filmes, fotografias e sonografia. O museu ganha ainda mais relevância com a criação do laboratório de digitalização, construído com tecnologia de última geração. Referência na América Latina. O laboratório é investimento do Governo do Estado e reforça a proteção do audiovisual no Ceará.

OP - O MIS pensa em alguma ação para preservação da memória da publicidade no Ceará?

Silas - O museu planeja, em médio prazo, ações de coleta, digitalização e parcerias sobre a preservação do memorial da publicidade cearense. A publicidade é um patrimônio cultural que compõe a memória textual, imagética e sonora do Ceará. Muitos desses materiais estão em risco por serem vistos como "efêmeros".

OP - Como o MIS trabalha a acessibilidade na plateia?

Silas - A acessibilidade integra os projetos do MIS desde o início. Utilizamos recursos como audiodescrição, libras, legendas, imagens táteis, materiais em braille e mediação inclusiva para o acesso às exposições e atividades. Nosso compromisso é garantir que todos possam vivenciar plenamente a experiência cultural com autonomia e inclusão.

EU RECOMENDO

 

"O que transforma simples ideias em fenômenos virais?". "Contágio" nos convida a descobrir a resposta em pouco mais de 200 páginas. De cara, já entendemos que "viralizar" não é sorte, é ciência social disfarçada de mágica. O autor, Jonah Berger, mostra que os processos que originam "grandes sucessos populares" dizem mais sobre o ser humano em si. É leitura obrigatória para quem quer entender como as coisas viralizam e qual o padrão que existe por trás disso".Thiago Nascimento é especialista em gestão estratégica de marcas.

Sotaque Multicanal

A Emtech Net estreia novo posicionamento criado pela Ipanema Comunicação. A campanha multicanal "Aqui é Papo Reto e Internet Rápida!" teve ativações em praça pública, outdoors, spots de rádio, cinema e reestruturação do conteúdo digital. Com sede em Itaitinga, a operadora mostra que o branding vai além do logo, também é identidade regional.

Mascote Estratégico

North Shopping apresenta "Joquinho", seu novo mascote. Representado por um cavalo, a escolha estratégica foi uma homenagem ao bairro Jockey Club. Antiga sede de corridas de cavalo na década de 1940. A estética mirou o público infantil com tons de laranja e elementos juvenis. O novo personagem, criado com a Mulato Comunicação, ganha presença vitalícia nas redes e nas ações da marca.

MAIS

Liderança feminina. ArcelorMittal ganha Prêmio Aberje 2025 em Diversidade e Inclusão. A honraria foi pelo projeto " Prêmio Mulher ArcelorMittal", iniciativa que reconhece frentes lideradas por mulheres dentro da empresa /// Mercado expandido.A Moura Dubeux inaugura o Mood no RioMar Fortaleza. A marca avança num segmento-chave: a classe média. O espaço mostra o 'Mood Parque do Cocó', imersão que coloca o cliente dentro do sonho da casa própria. /// Inteligência cidadã. Rebeca Andrade estrela campanha assinada pela África Creative. A "Jogue Contra o Desperdício". A ação lança uma IA alinhada ao Pacto Contra a Fome. A assistente oferece práticas para evitar o desperdício /// Visibilidade in loco. A HubLocal é destaque na lista "100 Startups to Watch 2025" de startups mais promissoras do ano. A martech usa IA para dar visibilidade a comércios em sistemas como Google, Apple e Microsoft.

 

 

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