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Elizabeth II revive o reino das emoções
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A jornalista, poeta e escritora Lêda Maria escreve sobre política, cultura e sociedade. É autora de duas edições do livro ''Memória Gastronômica das Famílias Cearenses'' e participante de várias antologias nacionais e internacionais, como ''A Literatura das Mulheres da Floresta'' e ''Assim Escrevem as Brasileiras''.

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Elizabeth II revive o reino das emoções

Tipo Opinião
Nesta foto de arquivo tirada em 25 de abril de 2012, a rainha britânica Elizabeth II sorri enquanto assiste à reabertura da máquina de chá 'Cutty Sark' em Greenwich, leste de Londres (Foto: Ben STANSALL/AFP)
Foto: Ben STANSALL/AFP Nesta foto de arquivo tirada em 25 de abril de 2012, a rainha britânica Elizabeth II sorri enquanto assiste à reabertura da máquina de chá 'Cutty Sark' em Greenwich, leste de Londres

De modo geral, muito se oculta as emoções. É um termo que parece estar em baixa e muitas pessoas falam, mas tem dificuldades em reconhecer suas próprias emoções, ou/e tentam até ocultá-las com medo de se revelar. Desconhecendo inclusive, o papel delas em nossas vidas, em nossa saúde.

Por que estamos falando do tema? Simplesmente porque vivemos o testemunho de ter através da morte da Rainha Elizabeth II, o desenvolvimento ou a recuperação das emoções em meio as despedidas da figura maior do Reino Unido que com 96 anos de vida e 70 de reinado foi o símbolo de continuidade da monarquia em meio a grandes mudanças do mundo.

Os rituais, as lágrimas e palavras das pessoas, de todas as idades formando filas quilométricas para o adeus revelam a perenidade dos sentimentos nobres. Revelam a projeção de mitos, poder, histórias ensinadas com a própria mitologia grega, erguendo o homem sobre os caminhos da sabedoria, lembrando a antologia das regras de disciplina, de conhecimento e de saudades.

Foi surpreendente a mobilização em torno da monarquia britânica, onde uma mulher ascendeu ao trono mantendo uma história tradicional, que acompanhou os ritos de passagem, atraindo quase um milhão de pessoas seguindo o cortejo fúnebre, após horas, dias de espera.

O mundo que já não chora, e tem que acompanhar as poucas referências de “salvadores da Pátria”, conseguiu eleger em pleno Seculo XXI a liturgia do encontro junto com a energia e o poder dessa mulher carismática, que na opinião do Papa Francisco “manteve sua vida de serviço incansável, sua devoção ao dever e seu testemunho inabalável de fé em Jesus Cristo”.

Esta estadista de dignidade, de reconciliação, líder benevolente, expressa ainda em sua partida a luz estrelar para unir todos nós no mais expressivo e raro comportamento de integração do homem com o seu coração, na adesão confiante e amorosa entre o divino e o humano, florindo entre o adeus e o testemunho das lágrimas, reveladas.

Brotaram pelo mundo inteiro emoções orquestradas também pelo encanto de todo o ritual que  envolveu a programação de sepultamento de uma mulher forte, simples, fazendo e marcando a história da humanidade.

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