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Lorena Madruga Monteiro: A cartada final de Collor
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Cientista política e professora do Centro Universitário Tiradentes (AL). Pesquisadora associada aos grupos de pesquisa

Lorena Madruga Monteiro: A cartada final de Collor

Tipo Opinião
Lorena Monteiro, cientista política, professora PPGIII do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologia e Políticas Públicas do Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL), líder do Laboratório Interdisciplinar em Inovação em Organizações e Políticas Públicas (Labipol) (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Lorena Monteiro, cientista política, professora PPGIII do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologia e Políticas Públicas do Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL), líder do Laboratório Interdisciplinar em Inovação em Organizações e Políticas Públicas (Labipol)

Caso não se eleja governador o Senador pode ficar sem mandato eletivo. Em meio ao crescimento da intenção de voto para o candidato Lula no pleito nacional conforme registram as pesquisas eleitorais no estado de Alagoas, e, consequentemente, do seu aliado no estado, o atual governador Paulo Dantas (MDB), o ex-presidente e Senador Fernando Collor (PTB) confirmou sua pré-candidatura ao governo do Estado.

Sua decisão de se candidatar ao governo emerge diante de uma situação delicada. Antecede uma possível derrota nas eleições para Senador, perdendo sua cadeira para Renan Filho (MDB), ex-governador, que figura nas pesquisas eleitorais com folga como favorito ao senado. Se mantivesse sua candidatura ao Senado o risco de ficar fora do Congresso e sem mandato político seria muito grande, e, no caso de sua trajetória política, um fato atípico, já que apenas não exerceu mandato eletivo quando esteve com seus direitos políticos suspensos, após seu impeachment, em 1992.

Collor alegou como motivação de sua desistência a reeleição ao Senado a falta de apoio político à sua candidatura, em especial do grupo ligado a Arthur Lira (PP), atual presidente da Câmara. Entretanto, sua relação com Arthur Lira já estava estremecida desde que desistiu da candidatura ao governo do estado em 2018, prejudicando os interesses eleitorais de Benedito de Lira, pai de Arthur.

Diante de uma competição eleitoral estruturada principalmente em torno de dois grupos políticos, o do Senador Renan Calheiros (MDB) representado pela candidatura de Paulo Dantas, e o de Lira, que apoia o senador Rodrigo Cunha (UNIÃO), a candidatura de Collor está isolada frente às lideranças políticas do Estado. A estratégia de Collor tem sido associar sua imagem à de Jair Bolsonaro. Num contexto adverso à Bolsonaro no Estado nem o candidato apoiado por Lira quer unificar sua candidatura ao Planalto.

Será que essa decisão não terá alto custo político, considerando os processos de corrupção que estão no Supremo Tribunal Federal (STF) que citam o candidato. Como uma raposa, no sentido descrito por Maquiavel, sabemos que Collor sabe muito bem jogar esse jogo, mas não seria uma aposta arriscada? Uma candidatura a deputado federal não seria mais realista? Respostas só nas próximas eleições, caso Collor não desista desta candidatura. n

 

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