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Uma onda diferente
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Cientista política e professora do Centro Universitário Tiradentes (AL). Pesquisadora associada aos grupos de pesquisa

Uma onda diferente

Num estado extremamente racista, apenas a existência de uma candidatura de mulheres negras é uma inovação que não passa despercebida, mesmo com poucas chances eleitorais.
Lorena Monteiro, cientista política, professora PPGIII do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologia e Políticas Públicas do Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL), líder do Laboratório Interdisciplinar em Inovação em Organizações e Políticas Públicas (Labipol) (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Lorena Monteiro, cientista política, professora PPGIII do Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Tecnologia e Políticas Públicas do Centro Universitário Tiradentes (UNIT/AL), líder do Laboratório Interdisciplinar em Inovação em Organizações e Políticas Públicas (Labipol)

Quando olhamos para a política do Estado de Alagoas, a imagem é a do domínio dos clãs políticos familiares que estão há gerações na política. De uma eleição a outra, sobrenomes conhecidos são oportunizados na disputa eleitoral. Nesse contexto, muito pouco sobra para jovens com carreiras políticas recentes galgarem postos mais elevados.

Existe uma expectativa, seja por questões internas partidárias, seja por manutenção das bases eleitorais, de ocorrer renovação significativa na bancada federal, e um pouco na Assembleia estadual. A Assembleia terá uma configuração partidária diferente da atual pela mudança de sigla de muitos parlamentares.

Esse cenário me levou a refletir sobre o que de fato seria a renovação política em Alagoas. Há alguma onda diferente do quadro político que conhecemos, mesmo não sendo traduzida em candidaturas competitivas, mas que apresentam elementos novos com impacto futuro. Nesse sentido, é preciso destacar ao menos três nomes que representam a juventude alagoana: a candidata à Assembleia estadual Teca Nelma (PSD), vereadora de Maceió; a candidatura coletiva à Câmara federal da Bancada Negra (Psol); e a candidatura a deputado federal de Caio Lima (Avante).

Teca Nelma (PSD), em sua atuação como vereadora, aprovou leis importantes para a população de Maceió, como a lei da dignidade menstrual e a lei de cotas raciais no serviço público municipal. É uma oposição combativa aos setores conservadores da capital alagoana. Alycia Oliveira e Estefanie Silva são as representantes da Bancada Negra no pleito federal. Num estado extremamente racista, apenas a existência de uma candidatura de mulheres negras é uma inovação que não passa despercebida, mesmo com poucas chances eleitorais. Teca, a bancada no Estado, tem mobilizado para o debate público temas interseccionais urgentes.

Caio Lima fez parte da juventude do PDT, mas irá concorrer ao pleito federal pelo Avante. Tem se notabilizado pelas críticas abertas às oligarquias políticas do estado e ao governo Bolsonaro. Todos citados aqui, à exceção da Bancada Negra, não apresentam vínculos partidários fortes, transitando no campo progressista independentemente dos partidos. n

 

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