Cientista política e professora do Centro universitário de Maceió (Unima/Afya)
Cientista política e professora do Centro universitário de Maceió (Unima/Afya)
"America is back". Este foi o slogan da campanha de Donald Trump. Outra expressão que utiliza desde a campanha de 2016 é "Make America Great Again", conhecida pela sigla Maga e utilizada pela primeira vez pelo ex-presidente Ronald Reagan. Também no seu discurso de posse o republicano declarou "I was saved by God to make America great again" referindo ao atentado que sofreu durante a campanha presidencial. Sabemos que o líder da extrema direita usa América para se referir aos Estados Unidos da América, mas afinal o que é a América de Trump? Para quem é a América de Trump?
Se não ficou claro no primeiro mandato, quando, por não ter maioria parlamentar, não conseguiu traduzir todas suas ideias políticas em decisões governamentais, agora, com maioria no Senado e na Câmara, já deixou clara as diretrizes do seu novo governo nos decretos emitidos já na ocasião da posse.
Não será uma América que promove a diversidade, que protege a comunidade LGBTQI , as mulheres e a população não branca. Não será uma América de oportunidades para todos, mas sim para aqueles com mais poderio econômico. Não será uma América com resiliência climática, pelo contrário, uma América que nega as mudanças climáticas. Não será América com regime político democrático, mas sim uma democracia iliberal, um populismo autoritário ou mesmo regime autoritário competitivo, como recentemente o cientista político Steven Levitsky conceituou.
Tudo fica bem claro nas decisões do republicano, nos primeiros 46 decretos assinados em sua posse, como a saída do Acordo de Paris e da Organização Mundial de Saúde (OMS), perdão aos invasores do Capitólio, revogação dos decretos de equidade racial, políticas de imigração e discriminação sexual e de gênero assinados por Biden, liberdade de atuação para as plataformas digitais, o que chamou de liberdade de expressão, autorizou a exploração doméstica de petróleo, gás natural e minerais; e maior rigidez nas políticas de imigração, dentre outras questões.
Portanto, continua sendo "This is América", como coloca a música de Childish Gambino, nome artístico musical do ator Donald Glover, mas agora é a América de Donald Trump, seus eleitores e apoiadores, no qual só saberemos nos próximos anos se valeu tanto desmonte da vida democrática e da civilidade em troca de uma suposta melhor situação econômica. n
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