A temporada engatinha e já tem Clássico-Rei pela frente. Desde 2019, o primeiro embate do ano entre as equipes só termina empatado. Sinto cheiro de tabu quebrado. O ano de 2022 vem aí para frear a sequência de jogos de igualdade. Hoje, a minha aposta é de que tricolores e alvinegros deixarão o Castelão com sentimentos opostos de alegria e tristeza.

O Fortaleza vive melhor momento do que o rival. Não só pelos resultados recentes, mas principalmente pelo que fez em 2021. A equipe começou a temporada encaixada, fruto do entrosamento, da manutenção da maior parte do elenco e do sistema tático consolidado desde o ano passado.

O Ceará ainda está em período de crescimento sob o comando de Tiago Nunes. O time foi bastante reformulado para 2022. O entrosamento chegará com o tempo. O escrete alvinegro também teve problemas de lesão e Covid-19 que atrapalharam a pré-temporada. Para o Clássico-Rei, o treinador terá a maior parte dos principais jogadores do elenco disponível.

Vale ressaltar que quando ficam 11 contra 11, Fortaleza e Ceará mostram equilíbrio nos plantéis. E se tratando de Clássico-Rei é sempre difícil apontar favoritismo, mesmo que este status não signifique nada no momento que a bola rola.

Para o Fortaleza, vencer o Clássico-Rei garante a manutenção do clima de confiança que reina no Pici. O apoio do torcedor a diretoria, comissão técnica e jogadores, no momento, é total. A euforia pela expectativa criada sobre a temporada de 2022 é unanimidade entre os tricolores da arquibancada. Uma derrota para o maior rival não deve causar grandes estragos, mas vai gerar desconforto, que poderá crescer caso haja novos tropeços.

No Ceará, o embate diante do principal adversário pode reestabelecer a conexão com a torcedor, relação que anda um pouco arranhada. Parte da torcida se sentiu frustrada pela expectativa criada sobre a contratação de um camisa 9 de peso. E, para piorar, ainda viu o argentino Silvio Romero, que foi pretendido pelo Vovô, ir para o Pici. Uma derrota no Clássico-Rei aumentará a pressão no Porangabuçu.

Heróis e vilões são figuras constantes em clássicos. Os status são definidos em 90 minutos de bola rolando. Candidatos ao papel de protagonista não faltam nos elencos de Fortaleza e Ceará.

No último encontro deu Alvinegro. E foi com larga vantagem. O Ceará dominou o Fortaleza e goleou o rival por 4 a 0 com show de Vina. O camisa 29 balançou as redes duas vezes e foi festejado pela torcida.

O confronto de maior rivalidade do futebol cearense coloca frente a frente, outra vez, Tiago Nunes e Juan Pablo Vojvoda. Eles só duelaram uma vez. Na batalha da prancheta, o "acadêmico", como diz o Homem Mau, deu aula ao argentino.

Novas narrativas serão contadas no Castelão. Que seja um duelo à altura dos momentos dos dois clubes. São os únicos nordestinos na Série A do Campeonato Brasileiro e em competições continentais. O Leão disputará a Libertadores, enquanto Vovô jogará a Sul-Americana.