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Ceará sofrerá perda significativa de receita com queda para a Série B
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Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Ceará sofrerá perda significativa de receita com queda para a Série B

Especialista avalia queda de faturamento do Ceará com rebaixamento para a Série B e cita vantagem em relação aos clubes concorrentes na Segundona em 2023
Ceará jogará a Série B em 2023 e terá impacto significativo nas receitas do clube (Foto: FABIO LIMA)
Foto: FABIO LIMA Ceará jogará a Série B em 2023 e terá impacto significativo nas receitas do clube

Um dos principais desafios do Ceará para 2023, com a queda para a Série B, é a readequação do clube com a nova realidade. No planejamento para 2022, o Alvinegro estimava receber cerca de R$ 60 milhões com direitos de transmissão do Brasileirão, maior fonte de arrecadação da agremiação. Este número deve despencar para aproximadamente R$ 8 milhões na Segundona.

Para analisar o cenário do Ceará em 2023, a coluna ouviu o especialista Fernando Ferreira, sócio-diretor da Pluri Consultoria.

"O impacto é aquele esperado, principalmente, a perda dos direitos de transmissão, a maior perda. A diferença da Série A, mesmo para os que menos recebem, para a Série B é violenta. Na Série B, as receitas ficam em torno de R$ 8 milhões pra temporada inteira. Um campeonato de oito meses que você recebe de direitos de transmissão cerca de R$ 1 milhão por mês é muito pouco", avalia o economista.

Com projeção de bem menos receita para o próximo ano, o clube esbarra em outro problema: o elenco. No fim de 2021, o planejamento do Alvinegro previa folha salarial do time profissional de cerca de R$ 4 milhões. Na Série B, este valor deve cair pelo menos em 50%.

"É um problema complicado. O Ceará vai ter que enfrentar o desafio do time que cai. O que eu faço com o elenco? Me desfaço do meu elenco, sabendo que se desfazer incorre em custo de rescindir contratos, vai ter que pagar multas enormes. Ou vou manter o elenco com a folha sangrando todos mês sem o mesmo nível de receitas?", explica Fernando.

Vantagem na Série B

Por outro lado, o Vovô chega à Série B com a maior capacidade de investimento, segundo Fernando. "Haverá perda, redução de receita, o reconhecimento da perda na reformulação do elenco. Mas o clube tem uma vantagem. É um clube que tem nível de endividamento baixo, uma torcida grande e muito fanática. Olhando friamente, o Ceará tem uma posição bastante favorável em relação ao seus concorrentes para voltar no ano que vem.

O especialista também faz uma crítica ao atual do sistema do futebol brasileiro e a falta de investimentos na Série B.

"Quando clubes caem para a Série B é um problema muito sério, principalmente nessa questão de readequar o elenco. E quando você sobe, vem com orçamento menor na concorrência com os demais clubes. Como tem menos receitas, você fica receoso de fazer contratos mais longos, e isso diminui tua competitividade. O cobertor é muito curto. O futebol brasileiro precisa ter um nível de investimento maior na Série B para preservar a saúde financeira do sistema como um todo."

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