A ida do Marinho para o Fortaleza, que está próxima de se concretizar, é um grande passo do clube do Pici no mercado da bola. É uma baita contratação, que elevará bastante o nível do elenco tricolor na sequência da temporada.

Parece-me bastante curiosa a resistência de parte da torcida ao atacante de 33 anos. O crescimento do clube, dos investimentos e da presença cada vez mais frequente em competições internacionais deixaram os torcedores mal acostumados para chegar a tal ponto de criticar a contratação de um jogador com a qualidade de Marinho.

De saída do Flamengo, onde teve passagem apagada, o atleta chegará ao Pici com status de titular. No Fortaleza, num novo ambiente, onde será tratado como prioridade, diferentemente do contexto de um elenco recheado de estrelas como o Rubro-Negro, Marinho tem tudo para recuperar o futebol de alto nível.

"Ah, mas ele joga na ponta-direita, não é o substituto para o Moisés". Este é um dos pontos de questionamentos dos torcedores contrários à contratação. O técnico Juan Pablo Vojvoda pode tranquilamente adaptar um esquema que comporte a entrada do atacante aberto pela direita, potencialize o setor e mantenha o equilíbrio do restante da equipe.

Concordo que a contratação de Marinho tenha um risco elevado devido a altos salários com dois anos de duração. Mas qualquer negociação que envolva um jogador de primeiro nível no futebol brasileiro terá este fator embutido.

Savarino, ex-Atlético-MG e atualmente no Real Salt Lake-EUA, nome que agradou mais à torcida tricolor, também traria este de risco. É um jogador valorizado no mercado e, se tivesse acertado com o Leão, viria com altos salários.

E por que Savarino ganhou mais a simpatia da torcida e Marinho não? Não entendo. O venezuelano, embora mais jovem, com 26 anos, nunca chegou a desempenhar um nível próximo ao que já apresentou Marinho no futebol brasileiro. 

Marinho viveu o melhor momento da carreira com a camisa do Santos, atuando com um elenco limitado em 2020 e 2021. Foi protagonista no Peixe, carregou a equipe até uma final de Libertadores e chegou a ser cogitado na seleção brasileira.

O investimento vai ser grande? Sim, sem dúvidas. Mas Marcelo Paz e a diretoria tricolor têm créditos de sobra. Há anos fazem e são reconhecidos por uma conduta de gestão financeira responsável.