Os gols decisivos em 2011 diante do Flamengo, na época do "Bonde sem Freio" de Ronaldinho Gaúcho e companhia, classificaram o Ceará para a semifinal da Copa do Brasil e marcaram a passagem do centroavante Washington com a camisa alvinegra. O time do Porangabuçu recebeu a alcunha de "Carroça Desembestada" e era treinado por Vagner Mancini.

>>> Castilho comemora reencontro com Mancini no Ceará: "Me levou para os primeiros jogos no profissional"

Doze anos depois, Mancini retornou ao Ceará para comandar a equipe pela segunda vez na carreira com a missão de brigar pelo acesso. A convite da coluna, o ex-atacante do Vovô, Washington, avaliou a contratação do treinador, relembrou o período da "Carroça Desembestada" e a parceria com Mancini e reforçou a torcida pela subida do clube para a primeira divisão.

Coluna - Qual a sua opinião sobre a contratação do Mancini para comandar o Ceará? Ainda é possível reagir com ele pelo acesso?

Washington - Vejo como muito positivo esse retorno do Mancini ao Ceará até por já conhecer o clube por outras passagens. Acredito que ele possa dar uma reorganizada na equipe para brigar pelo acesso. Mancini é um treinador muito capacitado.

Coluna - Você conhece bastante o Mancini pelo período em que trabalharam juntos. Como você acredita que ele possa contribuir taticamente para a evolução da equipe?

Washington - Sou um pouco suspeito para falar do trabalho do Mancini. Tive o prazer de trabalhar com ele além do Ceará em outros dois clubes, o Vitória e o Sport. É um cara sensacional, tem o controle do elenco. Na parte tática é um treinador que sempre colocou o time pra frente, ajudava os centroavantes, conseguia fazer um belo trabalho defensivo, mas com ofensividade. Para o momento que o Ceará vive, vai ser importante ter essa postura defensiva, mas ainda mais importante é conseguir as vitórias. Taticamente, ele vai conseguir encaixar. Ele gosta de jogar com dois atacantes pelas beiradas, fazendo marcação também e chegando lá na frente com muita força. É torcer para que possa fazer um bom trabalho.

Coluna - Na sua avaliação, quais são as principais qualidades do Mancini como treinador na relação com o elenco? Te pergunto isso porque ele terá um enorme desafio com o grupo atual de jogadores para reestabelecer a confiança.

Washington - Vejo como uma forte característica a gestão do elenco. Você conseguir controlar os atletas que ficam de fora é muito dificíl, e ele sempre teve o perfil agregador, de líder, buscando a melhoria de alta performance. Mancini consegue fazer isso de maneira positiva, deixando todos os atletas motivados. É isso que o Ceará precisa, e ele vai fazer isso para o que Ceará possa brigar pelo acesso.

Coluna - O que você destaca do trabalho tático do Mancini de 2011, no qual vocês foram campeões do Cearense e eliminaram o Flamengo na Copa do BR, no time que ficou conhecido como a Carroça Desembestada?

Washington - No ano de 2011, foi um início avassalador, fomos campeões do Cearense, tivemos uma postura muito boa na Copa do Brasil, saímos na semifinal para o Coritiba. Tivemos pela frente o Flamengo de Ronaldinho, Thiago Neves e Léo Moura, uma equipe muito qualificada, o Vanderlei Luxemburgo era o treinador. Naquele ano a gente vinha de uma ascensão muito grande. O Mancini conseguiu encaixar a equipe. Ele tinha jogadores de beirada muito bons, como Osvaldo, o próprio Iarley que conseguia fazer essa função. O time tinha eu e Nicácio mais centralizado. Acredito que essa função de beirada é primordial. Se ele conseguir adaptar os jogadores que têm hoje, fazendo a mesma função como em 2011, acredito que vai ter bastante êxito e fazer com que o Ceará volte a brigar pelo acesso.