Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC
Gonzalo Escobar foi atingido por pedra e teve trauma cranioencefálico
Se o futebol brasileiro for sério, ele para imediatamente após o atentado sofrido pela delegação do Fortaleza, de forma covarde, no Recife-PE. Não deveria ter qualquer abertura para conversa em caminho contrário.
Como disse o atacante Marinho no desembarque no Aeroporto Internacional Pinto Martins, horas depois do episódio extremamente traumático: “Vão esperar alguém morrer?”.
Em declarações públicas, o CEO da SAF do clube, Marcelo Paz, e o atacante Thiago Galhardo reforçaram o desejo de não entrar em campo enquanto os jogadores feridos não estejam plenamente recuperados e os criminosos sejam punidos.
É importante esse “abraço simbólico”, o apoio geral. Mas ficar só no campo de notas, lamentos e manifestações escritas não resolve absolutamente nada.
O futebol brasileiro tem um caso extremamente grave diante de seus olhos e tem a chance de adotar uma postura severa para dar exemplo. O nosso esporte está completamente manchado por casos recorrentes de violência.
Já tivemos situações envolvendo todos os personagens do futebol. Jogador, dirigente, árbitro e torcedor foram vítimas ao longo dos anos da barbárie enraizada na cultura do esporte no Brasil. Casos de assédio, racismo e agressões têm aos montes para relembrar. O que mudou? Nada.
Caso semelhante ao ataque sofrido pelo Fortaleza aconteceu contra o time do Bahia. O goleiro Danilo Fernandes, arqueiro do Esquadrão, por pouco não perdeu a visão devido a estilhaços de vidros quebrados no ataque ao ônibus da delegação do tricolor baiano, em 2022. Um ano depois nenhum envolvido no crime havia sido preso.
O próprio Galhardo fez mea-culpa em pronunciamento. Quando houve outros casos, ele reconheceu o erro de ter se calado e ficado imóvel contra agressões a outros colegas.
Chegou a hora de agir. Sair do campo das palavras. A classe futebolística precisa se unir. Cruzar os braços e não pisar dentro do campo.
O primeiro passo é punir os criminosos. Que seja dura, sirva de exemplo. Mas resolver os problemas vão muito além das condenações. Investimento em educação, fazer todo o esforço possível para mudar a cultura violenta do futebol.
A violência no esporte é problema de segurança pública, mas de educação também. O momento de revolucionar o futebol brasileiro chegou.
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