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Rodri, o melhor jogador do mundo: que delírio coletivo foi esse?
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Lucas Mota é repórter de Esportes de O POVO. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Rodri, o melhor jogador do mundo: que delírio coletivo foi esse?

Embora excepcional, o camisa 16 do City e da seleção espanhola esteve, em protagonismo e impacto, um passo atrás de Vinicius Júnior
O brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, comemora gol contra o Borussia Dortmund na final da Champions League (Foto: Ina Fassbender/AFP)
Foto: Ina Fassbender/AFP O brasileiro Vinicius Júnior, do Real Madrid, comemora gol contra o Borussia Dortmund na final da Champions League

Um dia sombrio para o futebol arte, para quem aprecia o drible, a ousadia e o improviso. Falo do sabor amargo da premiação da Bola de Ouro, concedida a Rodri, espanhol do Manchester City e agora melhor jogador do mundo. Como o talento e a temporada extraordinária de Vinicius foram ignorados?

Incrédulo fiquei quando ontem à tarde (28/10), em meu último dia de férias, vi a notícia de que Vini Jr, favorito ao prêmio, não seria o vencedor da Bola de Ouro. A notícia trazia ainda o detalhe de que ninguém do Real Madrid compareceria à cerimônia. O clube emitiu nota explicando que se sentiu desrespeitado.

Entendo quem ache um desrespeito do Real Madrid e do próprio Vinicius. Fica a imagem de "mau perdedor". Entendo o discurso, mas vale uma reflexão.

O verdadeiro desrespeito parece estar na escolha em si. Rodri, sem dúvida um jogador talentoso e elegante em campo, mas longe de ter sido mais decisivo que Vini. A premiação, ao que parece, sofreu um golpe em sua credibilidade.

Quem são estes jornalistas que votaram em Rodri para vencer a premiação, preterindo o brasileiro de dribles desconcertantes e super decisivo no mata-mata da Champions League? Que delírio coletivo foi esse?

O meio-campista do City é o motor da engrenagem tática do clube e da seleção espanhola e conquistou títulos importantes, como a Premier League e a Eurocopa. Entretanto, em nenhum dos títulos, ele foi o protagonista máximo, o jogador decisivo. Vale destacar que o espanhol é um baita atleta, mas a comparação com Vinicius parece desproporcional.

Na Champions League, torneio mais difícil e mais cobiçado do futebol europeu, Vini Jr liderou o Real Madrid até a taça. O camisa 7 dos Merengues participou de gols em todas as fases do mata-mata. Guardou um na final contra o Borussia Dortmund, fez dois no Bayern de Munique na semifinal, deu duas assistências contra o City de Rodri nas quartas de final e balançou as redes nas oitavas de final contra o RB Leipzig. Desempenho de protagonista.

O brasileiro foi protagonista nos outros dois títulos conquistados pelo Real, como a Supercopa da Espanha e o Campeonato Espanhol. Até hat-trick na final da Supercopa, no superclássico contra o Barcelona, ele fez. Vinicius fez uma temporada para não dar margem à concorrência.

Mas no fim, Rodri ergueu o prêmio de melhor do mundo. Embora excepcional, o camisa 16 do City e da seleção espanhola esteve, em protagonismo e impacto, um passo atrás de Vinicius.

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