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Decisão da Conmebol sobre Colo-Colo x Fortaleza vale mais do que três pontos
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Decisão da Conmebol sobre Colo-Colo x Fortaleza vale mais do que três pontos

Qualquer alternativa que não seja a vitória do Fortaleza passará uma mensagem perigosa: quer dizer que uma torcida pode invadir o gramado e o clube mandante não será responsabilizado?
Jogo entre Colo-Colo e Fortaleza pela Libertadores foi cancelado após invasão de torcedores chilenos no segundo tempo (Foto: JAVIER TORRES/AFP)
Foto: JAVIER TORRES/AFP Jogo entre Colo-Colo e Fortaleza pela Libertadores foi cancelado após invasão de torcedores chilenos no segundo tempo

A pergunta que fica após o lamentável episódio no jogo entre Colo-Colo e Fortaleza, no Chile, é: qual a mensagem que a Conmebol quer passar daqui para frente? Qualquer decisão que não seja a vitória do Tricolor — seguindo o que está previsto no próprio regulamento da entidade — será uma derrota do futebol justo, um triunfo do vandalismo e da selvageria.

Com o cancelamento da partida por falta de segurança, em meio à invasão de campo no Monumental David Arellano e aos conflitos do lado de fora do estádio — que resultaram em duas mortes —, a Conmebol precisa decidir, no âmbito esportivo, o desfecho da partida. O jogo foi interrompido aos 25 minutos do segundo tempo, com o placar ainda em 0 a 0.

A situação vivenciada no Chile se enquadra, de forma clara, no artigo 24 do Código Disciplinar da Conmebol. Assim, o Fortaleza tem o direito de ser declarado vencedor, já que o Colo-Colo não conseguiu garantir a segurança mínima para a realização da partida — uma obrigação básica do mandante.

Mas a decisão da Conmebol vai muito além do placar. O posicionamento da entidade será simbólico e emblemático. Trata-se de uma oportunidade para deixar claro que atos de violência e vandalismo, como a invasão de campo, não podem — em hipótese alguma — ser tolerados.

Qualquer alternativa que não seja a vitória do Fortaleza passará uma mensagem perigosa: quer dizer que uma torcida pode invadir o gramado e o clube mandante não será responsabilizado? Que, se o empate for conveniente, basta invadir o campo e garantir o resultado?

Se for assim, preparem-se para as próximas invasões. O futebol perderá qualquer senso de justiça e segurança.

Até quando episódios truculentos serão normalizados? Jogadores foram expostos. Torcedores também. Houve duas mortes do lado de fora. Uma tragédia que poderia ter sido evitada.

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