Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Parece-me que o técnico do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda, assumiu em sua última coletiva de imprensa um papel que não lhe cabe: o de ombudsman da imprensa
Foto: AURÉLIO ALVES
Vojvoda questionou perguntas de repórteres durante a coletiva após a derrota do Fortaleza para o Santos
O ombudsman é o profissional responsável por avaliar criticamente a cobertura de um veículo de imprensa, além de ouvir o leitor e refletir sobre a prática jornalística.
Dito isto, me parece que o técnico do Fortaleza, Juan Pablo Vojvoda, assumiu em sua última coletiva um papel que não lhe cabe: o de ombudsman da imprensa. O argentino é treinador de futebol, não jornalista — tampouco tem a função de questionar ou pautar as perguntas feitas por repórteres.
Fiquei impressionado com a postura do treinador após a derrota do Fortaleza para o Santos por 3 a 2, no Castelão, na quinta-feira, 12. O resultado manteve o Leão na zona de rebaixamento da Série A durante a pausa da competição. Compreendo a irritação de Vojvoda diante de um jogo em que seu time foi competitivo, superior ao adversário, mas desperdiçou chances claras e cometeu erros defensivos decisivos. Ainda assim, isso não justifica o comportamento na coletiva.
Vojvoda se incomodou com perguntas feitas por diferentes jornalistas e chegou a ironizar, cobrando que as questões fossem “originais”. Uma das perguntas era sobre a utilização de Zé Welison — um questionamento absolutamente pertinente, sobretudo pelo momento ruim do jogador e pela insistência do técnico em mantê-lo como titular. Agora o argentino quer pautar a imprensa e o que deve ou não ser perguntado?
Quando Vojvoda chega para uma coletiva de imprensa, a dinâmica é simples: os repórteres perguntam, ele — o entrevistado — responde. Não se trata de um debate.
A postura adotada por ele foi extremamente deselegante ao se colocar como uma espécie de ombudsman da imprensa presente na coletiva de imprensa.
Se não se sente à vontade para responder, que diga isso. Ou, como já fez após o jogo contra o Cruzeiro, que simplesmente não compareça.
Todas as perguntas foram feitas com educação e sem tom acusatório. Vale lembrar: as coletivas dos clubes cearenses raramente têm clima hostil. Pelo contrário, na maioria das vezes, oferecem um ambiente confortável aos entrevistados.
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