Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Colunista assistiu ao jogo "no meio da galera" e conta como foi a recepção dos rubros-negros
Foto: Victor Barros / O POVO
Lucas Mota, editor e colunista do Esportes O POVO, no meio da torcida do Flamengo no jogo contra o Chelsea
Estou rubro-negrizado. Acompanhei o amasso do Flamengo sobre o Chelsea no meio da torcida, em Fortaleza. Fui cobrir a partida com os rubro-negros no bar Sr. Petisco, na Capital, para gravar o quadro “Torcedor por um dia do Fla”, do O POVO. No começo, confesso que tive medo de o conteúdo sair pela culatra — e eu acabar sendo o famoso pé frio.
E não existe nada pior, no mundo do futebol, do que ser rotulado como pé frio. É melhor até ser parente do juiz. Quando o Wesley entregou aquela bola nos pés do Pedro Neto, eu cruzei os dedos. Rezei baixinho. Mas não adiantou: a bola estufou as redes do Rossi. Minutos antes, eu tinha gravado com um torcedor que afirmou, confiante: “O nosso paredão vai pegar tudo hoje!”.
Fiquei remoendo aquilo. A maldição do pé frio parecia rondar o meu corpo. Estava no meio da resenha com a torcida, mas meu “Bora, Mengo” saía meio tímido, engasgado.
No intervalo, perguntei ao sósia do Pedro, que estava no bar, se o Flamengo viraria. Ele respondeu com a tranquilidade de quem já sabia o roteiro do jogo: “A virada vem no segundo tempo”.
Santo Filipe Luís! Não sou religioso, mas vou começar a colocar o mister Filipinho nas minhas orações. Ele mexeu os pauzinhos e botou o Mengo no caminho da virada.
Bruno Henrique — ele mesmo, o atacante envolvido no bafafá das apostas (que pena!) — apareceu de surpresa no meio da zaga inglesa para estufar as redes. Aleluia! Grito de gol e alívio: empate já não combina com pé frio. Pulei com meus novos amigos rubro-negros.
Três minutos depois, eu estava rebolando (no melhor vocabulário cearensês) pro alto um novo amigo flamenguista depois do gol do Danilo. Alívio e alegria em combo.
E aí, pra fechar, surgiu o menino da base, Wallace Yan, e selou a vitória. Vibrei com a galera. Gritei a plenos pulmões: “Dá-lhe, Mengo!”. Naquele momento, a Nação me pegou nos braços e me jogou pra cima. Ali eu senti: tô enturmado.
Ganhei até apelido. Agora sou o Athirson, ex-lateral do Fla. E já tem rubro-negro jurando que virei pé quente: “Você tem que vir em todos os jogos do Mundial agora”, disse uma torcedora empolgada.
Outro rubro-negro me cumprimentou e comentou: “Essa camisa é relíquia!”. Eu vestia o manto de 94/95, emprestado da minha prima flamenguista. Já decidi: não devolvo mais. Pelo menos até o fim do Mundial, sigo com o Flamengo por aqui.
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