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Demissão de Vojvoda no Fortaleza: treinos estagnados e vestiário morno pesaram em avaliação
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Demissão de Vojvoda no Fortaleza: treinos estagnados e vestiário morno pesaram em avaliação

Os motivos que levaram a diretoria a desligar o técnico argentino — o mais vitorioso da história do clube — vão além dos resultados ruins em campo
Vojvoda deixa o Fortaleza após 4 anos e 2 meses no clube (Foto: AURELIO ALVES/O POVO)
Foto: AURELIO ALVES/O POVO Vojvoda deixa o Fortaleza após 4 anos e 2 meses no clube

A derrota no Clássico-Rei foi o estopim para a demissão de Juan Pablo Vojvoda do Fortaleza, encerrando um ciclo de mais de quatro anos marcado por conquistas relevantes. No entanto, os motivos que levaram a diretoria a desligar o técnico argentino — o mais vitorioso da história do clube — vão além dos resultados ruins em campo.

Por que não foi demitido durante a pausa do Mundial?

Antes de detalhar os bastidores da demissão, é importante destacar por que Vojvoda não foi desligado durante a pausa para o Mundial de Clubes. A resposta é simples: tratava-se de Vojvoda. O treinador mais longevo e vencedor da história do Fortaleza recebeu um último voto de confiança da cúpula tricolor. Mas a resposta dentro de campo não veio.

Treinos estagnados

A rotina de treinamentos teve peso decisivo na avaliação pelo desligamento do argentino. Internamente, a percepção era de estagnação na metodologia de trabalho da comissão técnica.

Havia a expectativa de que, após as férias forçadas pela paralisação do calendário, Vojvoda voltasse com ideias novas que impulsionassem o desempenho da equipe. No entanto, houve frustração com a manutenção integral do modelo anterior de treinamentos.

A leitura é de que o ciclo técnico se esgotou — e Vojvoda não conseguiu se reinventar. Enquanto outros clubes evoluíram, o Fortaleza se tornou previsível.

Vestiário morno

O ambiente interno também mudou. O vestiário se tornou "morno", sem cobrança ou energia por parte do treinador. A apatia de Vojvoda começou a incomodar. A cobrança, muitas vezes, precisava partir dos próprios jogadores no pós-jogo.

Entre os episódios que mais chamaram atenção estão as derrotas por 5 a 0 para o Flamengo e por 1 a 0 para o Ceará. Segundo apuração da coluna, o clima nos vestiários após esses jogos não refletia o impacto das atuações negativas. A avaliação interna foi clara: Vojvoda já não conseguia mais mobilizar o grupo.

Desconexão com a realidade e escolhas questionáveis

Mesmo diante do desempenho fraco da equipe, Vojvoda insistiu em ideias e nomes que vinham sendo contestados. No último Clássico-Rei, por exemplo, causou surpresa e incômodo a escalação de Allanzinho, que sequer havia treinado entre os titulares. Enquanto isso, o argentino José Herrera, contratado por R$ 13 milhões, não foi sequer acionado.

Queda de rendimento técnico

Apesar do respeito do elenco por Vojvoda, havia a percepção de ausência de comando. A queda de rendimento de jogadores importantes do grupo está diretamente ligada, na avaliação interna, à estagnação do trabalho da comissão técnica.

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