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Deyverson, irreverência destrutiva e saída pela porta dos fundos do Fortaleza
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Deyverson, irreverência destrutiva e saída pela porta dos fundos do Fortaleza

O problema de Deyverson não está na bola nos pés, mas na falta de equilíbrio nas atitudes e na imaturidade para ler os contextos
Deyverson fez apenas 26 jogos e marcou cinco gols pelo Fortaleza (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Deyverson fez apenas 26 jogos e marcou cinco gols pelo Fortaleza

Carismático e folclórico, Deyverson é o tipo de jogador que não passa despercebido. Falas engraçadas, jogadas curiosas, provocações inusitadas durante o jogo. Quando a fase é boa, vira o "Deyvin" adorado pela torcida. No momento ruim, transforma-se rapidamente em vilão.

O problema de Deyverson não está na bola nos pés, mas na falta de equilíbrio nas atitudes e na imaturidade para ler os contextos. Aos 34 anos, o centroavante carrega uma irreverência destrutiva, que o envolve em polêmicas desnecessárias, atrai pressão e o torna alvo quando o desempenho em campo não corresponde às expectativas.

O "Menino Maluquinho", apelido que ganhou pelo comportamento por vezes nonsense, custou pouco mais de R$ 5 milhões. O Fortaleza se esforçou e precisou abrir os cofres para trazê-lo, na tentativa de solucionar um setor em que Lucero — titular absoluto em 2023 e 2024 — apresentava queda de rendimento.

Pois bem: quase cinco meses depois, o atacante virou peça descartável e foi afastado pelo técnico Renato Paiva. E também um problemão financeiro. O Fortaleza vai conseguir recuperar o investimento? Para negociá-lo, o Tricolor precisará buscar alternativas no mercado exterior, já que o atleta defendeu Atlético-MG e o próprio Leão em 2025, o que limita transferências.

Dentro de campo, o investimento não chegou perto de valer a pena. Ele não resolveu partidas, protagonizou gracinhas em meio à sequência negativa e desgastou a relação com o torcedor. Em 26 jogos, marcou cinco gols e deu apenas uma assistência. Foi o fim da linha de uma passagem esquecível.

Fora das quatro linhas, as atitudes ampliaram o desgaste. Enquanto a realidade era de pressão, desorganização tática, falhas e Z-4 da Série A, Deyverson parecia viver em um universo paralelo, alimentado por devaneios. A gota d’água veio na coletiva de pré-jogo contra o Vélez, quando o centroavante afirmou ter certeza de que o Fortaleza chegaria à final da Libertadores.

Uma semana depois da declaração, a eliminação na Argentina tratou de devolver (ou não) Deyverson à realidade. Certamente, o atacante não fará falta ao Fortaleza. Ele sairá pela porta dos fundos do Pici.

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