Fracasso de Paiva no Fortaleza e o momento de assumir as limitações
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Fracasso de Paiva no Fortaleza e o momento de assumir as limitações
Na crise técnico-tática do Tricolor, o caminho mais curto para voltar a ser competitivo é fazer o simples: jogar feio, se necessário, fechar a casinha sem cerimônia e atuar por uma bola
Foto: AURÉLIO ALVES
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL- 19.07.2025: Renato Paiva. Fortaleza x Bahia na Arena Castelão pelo Campeonato Brasileiro serie A, jogo que terminou em 1 x 1. (Foto: Aurelio Alves/O POVO)
A aposta da diretoria em Renato Paiva para suceder Juan Pablo Vojvoda no Fortaleza foi um fracasso. O desempenho em campo e os resultados pífios, - apenas uma vitória em dez jogos, com o time na vice-lanterna, a sete pontos de distância da saída do Z-4, - tiram qualquer argumento em defesa da continuidade do trabalho. O português não deu certo no Leão.
Há quem defenda que ele nem deveria ter vindo. Engrenar um trabalho em menos de dois meses é tarefa difícil, mas a situação do Fortaleza exige urgência e não permite desculpas. Apesar do pouco tempo à frente do clube, Paiva deixa o Pici sem deixar marcas de evolução.
Vojvoda saiu, Paiva chegou e o Fortaleza seguiu com uma defesa vulnerável e um ataque sem inspiração. O português mostrou disposição, colocou a cara a tapa, afastou jogador, mas, na prática, nada funcionou. O mais preocupante é que o Tricolor vê o projeto que virou exemplo de gestão e competência nos últimos seis anos de Série A caminhar para uma derrocada melancólica e surpreendente.
Com Paiva, a perspectiva de melhora era nula. Mas também tenho sérias dúvidas se exista um treinador “salvador da pátria” para o Fortaleza. São tantos problemas técnicos e táticos, uma montanha tão grande a escalar rumo à recuperação, que é difícil imaginar um cenário em que o Leão consiga dar a volta por cima e somar as improváveis nove ou dez vitórias necessárias nos 16 jogos restantes.
Hora de encarar a realidade de vice-lanterna
O novo treinador do Fortaleza terá cerca de uma semana e meia até o próximo jogo, dependendo da agilidade da diretoria no mercado. Seja quem for, o momento é de assumir as limitações do elenco, reconhecer a fase terrível de quem deveria ser protagonista, mapear quem ainda tem “fome” de reação e jogar como um time que ocupa a vice-lanterna do campeonato.
Esqueça o jogo bonito, propositivo. Agora é hora de competir, de fechar a casinha. Nem Vojvoda nem Paiva conseguiram dar à equipe um mínimo de organização para trabalhar a posse e ser criativa do meio para frente. O tempo para buscar um estilo inventivo acabou.
Na crise técnico-tática em que o Tricolor se afundou, o caminho mais curto para voltar a ser competitivo é fazer o simples: jogar feio, se necessário, fechar a casinha sem cerimônia e atuar por uma bola.
O primeiro objetivo do Fortaleza é não sofrer gols. Sem essa melhora mínima e urgente, o Tricolor sequer será um candidato viável na luta contra o rebaixamento.
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