Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Começo a explanar para minha nova amiga a situação do Leão, ressalto Palermo como a última esperança, mas reconheço: acho difícil escapar
Foto: Samuel Setubal
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 08-09-2025: Coletiva com Presidente Marcelo Paz e Sergio Papilim em apresentação do novo Tecnico Palermo do Fortaleza no Pici. (Foto: Samuel Setubal/ O Povo)
A pergunta que mais recebo da audiência é: você acredita que o Fortaleza vai escapar? Tenho sido sincero: “Olha, é difícil imaginar uma reversão de quadro. Não acho que o Tricolor se livra da queda, mas espero estar errado e que aconteça o improvável.”
Há uma semana, levantei cedo para correr na Beira Mar. Na orla lotada de todas as manhãs, cumpri meu treino de 8 quilômetros. Na hora de ir embora, em vez de simplesmente chamar um carro por aplicativo, resolvi caminhar como se fosse retornar a pé para casa.
É um hábito que tenho cultivado: andar por aí. Mesmo quando o destino é distante, muitas vezes tenho preferido seguir a pé a encurtar o tempo dentro de um automóvel. A caminhada me faz pensar, refletir, viajar.
Eis que, no auge dos meus devaneios durante a passada lenta, surge um SUV que respira conforto. A condutora abaixa o vidro e fala comigo. Tiro os fones de ouvido para entender, imaginando se tratar de uma dúvida de trajeto, algo que o GPS não resolveu nas ruas da Aldeota.
— Lucas, e o Fortaleza, hein?
Incrédulo com a pergunta, fico três segundos processando a cena diante daquela simpática senhora.
Troco o chip, visto o papel de jornalista e me debruço sobre o vão da porta com o vidro abaixado. Começo a explanar para minha nova amiga a situação do Leão, ressalto Palermo como a última esperança, mas reconheço: acho difícil escapar.
Depois de alguns minutos, ela se despede, me deseja um bom dia e ainda pergunta se abandonei a academia da região.
— Você agora só quer correr, né?!
Hoje, o Fortaleza entra em campo sob o comando do estreante Palermo. Passei um dia inteiro vendo jogos dos times comandados pelo argentino, especialmente Platense-ARG e Olimpia-PAR. "El Titán" é adepto do simples, sem grandes invenções táticas, aposta no jogo objetivo e sabe arrumar defesas.
Há tempo para implementar um trabalho do zero ao mesmo tempo que se adapta ao futebol de um novo país? Não. Mas já vimos de tudo neste esporte. O Fortaleza dá a cartada final de maneira ousada e arriscada. Preferiram agir fora da caixa num momento de cautela.
Que o último fio de esperança comece a fazer sentido — e que eu possa mudar minha resposta à querida audiência.
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