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Um dia de jogador de futsal
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Um dia de jogador de futsal

No fim, tanto no Ceará, quanto no Fortaleza, a conclusão foi a mesma: talento com a bola não é meu forte. O que vale é a resenha, o bastidor, a experiência de sentir de perto o clima desses times que representam o futebol cearense nas quadras
Lucas Mota, editor e colunista do Esportes O POVO, é driblado com facilidade durante treino no Ceará (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Lucas Mota, editor e colunista do Esportes O POVO, é driblado com facilidade durante treino no Ceará

Até a adolescência, achei que seria jogador profissional de futsal. Vivenciei o calendário da base da bola pesada, viajei para jogar, fui campeão, sofri derrotas dolorosas e tive até técnico pegando no meu pé quando o cabelo estava grande. Mas eis que a realidade da minha qualidade futebolística bateu à porta — e descambei no jornalismo.

Mais de 15 anos depois de encerrar o ciclo no esporte, minha escolha profissional me levou de volta às quadras. Pude viver um dia como jogador de futsal do Ceará e do Fortaleza. Foi um retorno ao ambiente da resenha dos atletas, de bater na pelota e de se arriscar no rachão. Em cada equipe, rolou o corredor polonês para dar as boas-vindas. Teve jogador que largou a mão sem dó nem piedade.

No Fortaleza, o aquecimento foi com bola e trabalho de finalização. No primeiro chute, fui ousado: tentei uma cavadinha. O elenco tricolor, que assistia à beira da quadra, vibrou com a coragem. Mas a bola não entrou — o goleirão Matheus fez questão de defender.

Pelo menos guardei um golzinho de canhota. Mas só esse mesmo. Ainda deu para treinar pivô em cima do Luisinho, o "Brad Pitt" do futsal, que até deu uma facilitada pra eu impressionar o professor Guigo.

No rachão, aí sim me entreguei: parecia um volante box-to-box… ou uma barata tonta. Tive a missão de marcar o multicampeão Valdin e devo ter dado, no máximo, cinco toques na bola.

No Ceará, a história foi parecida. Teve corredor polonês para esquentar o coro — uma espécie de pré-treino para já começar ligado. No aquecimento, não cometi nenhuma gafe e até passei no teste de fingimento de jogador profissional.

Aí começou o rachão, com regras diferentes: só dois toques e gol apenas de cabeça na área. Eu, que achei que ninguém levava a sério, descobri da forma mais dolorida. Escapei do Rafinha, mas não escapei do chão. Fingi que não doía e segui. Até o Douglas Pecém me deixar recado em forma de carrinho.

Em resumo, meus grandes momentos foram de correria pra lá e pra cá. Pelo menos nisso eu mando bem: já já viro meio-maratonista. No fim, tanto no Ceará, quanto no Fortaleza, a conclusão foi a mesma: talento com a bola não é meu forte. O que vale é a resenha, o bastidor, a experiência de sentir de perto o clima desses times que representam o futebol cearense nas quadras.

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