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Explicando o rebaixamento do Fortaleza em 4 pontos
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Explicando o rebaixamento do Fortaleza em 4 pontos

As polêmicas envolvendo o Fortaleza em 2025 foram constantes, algo raríssimo nos seis anos anteriores na elite
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Marcelo Paz viveu um ano terrível, marcado por escolhas questionáveis desde janeiro (Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC)
Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC Marcelo Paz viveu um ano terrível, marcado por escolhas questionáveis desde janeiro

Antes de mais nada, é preciso dizer: o ano do Fortaleza foi, em quase toda a sua extensão, uma sucessão de frustrações e vergonha. Palermo resgatou um jogo dado como perdido e emplacou uma sequência de nove partidas de invencibilidade, mas nem isso foi suficiente para evitar o pior.

1. Diretoria

Marcelo Paz viveu um ano terrível, marcado por escolhas questionáveis desde janeiro e que impactaram diretamente a trajetória da equipe. Se o time foi desorganizado dentro de campo durante boa parte da temporada, fora dele o cenário não foi muito diferente.

O clube sofreu com crise política, ruído nos bastidores e falta de capacidade da diretoria — liderada pelo próprio Marcelo Paz — para administrar os efeitos desses problemas externos, o que só aumentou a tensão no Pici.

As polêmicas envolvendo o Fortaleza em 2025 foram constantes, algo raríssimo nos seis anos anteriores na elite.

Em abril, o clube já havia demitido duas peças-chave do Departamento de Futebol: Alex Santiago e Bruno Costa. A reposição escolhida foi Sérgio Papelin. Era realmente a melhor opção?

A diretoria acumulou erros graves em fatores essenciais: planejamento, montagem do elenco e condução das comissões técnicas.

2. Montagem do elenco

O Fortaleza começou o ano mal. A direção mudou suas prioridades no mercado e apostou em medalhões, mas dentro de campo o retorno foi decepcionante. David Luiz, Pol Fernández e Dylan Borrero foram as contratações mais emblemáticas — e o resultado foi pavoroso: perda do Estadual, eliminação vexatória para o fraco Retrô na Copa do Brasil e campanhas ruins no Nordestão e na Libertadores.

Na segunda janela, a diretoria repetiu o erro. Praticamente montou um novo time. E quem realmente fez diferença desse pacote? Bareiro, Pierre e Herrera, este último caríssimo. Valeu o investimento?

3. Troca de treinadores

Este foi um dos pontos mais sensíveis da queda. A saída de Vojvoda, embora dolorosa para a torcida, era compreensível. O problema foi o timing. A diretoria esperou o Mundial terminar para, apenas dois jogos depois, demitir o argentino e cometer talvez o maior equívoco do ano: contratar Renato Paiva.

O português bagunçou ainda mais o time e fez um trabalho pífio — foi como desperdiçar um pênalti em final.

Quando o rebaixamento já parecia irreversível, a diretoria teve um lampejo dos seus melhores dias ao contratar Palermo. Mas foi tarde demais.

4. Fator casa

Mesmo diante de um ano de decepções, a torcida fez sua parte. O time, não. O Fortaleza foi um mandante frágil na Série A, com o quarto pior desempenho em casa. Um retrato fiel de uma temporada em que nada funcionou.

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