
Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7), doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Magela Lima é jornalista e professor do Centro Universitário 7 de Setembro (Uni7), doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Enquanto comemora seus primeiros 70 anos, nossa Universidade Federal do Ceará (UFC) segue fazendo história. A noite do último dia 16 de novembro já nasceu inesquecível. Mesmo para quem não faz ideia do que venha a ser um "doutor honoris causa", a entrega do título à cantora Maria Bethânia foi algo extraordinário. De repente, Fortaleza era uma cidadezinha do interior e estávamos todos na praça da igreja. A educação tem, entre outras funções, o dom de criar essas conexões que nos faz lembrar que o melhor da vida é vivido em comunidade.
A festa de Bethânia iluminou algo que, muitas vezes, passa despercebido: a UFC tem uma presença marcante no cotidiano do cearense, muito além das qualificações que se registram nos currículos. Como toda boa escola, a universidade forma uma família. Sua missão não é apenas qualificar e transmitir conhecimento de forma funcional, mas também forjar ideias e comportamentos. Mesmo que eu, por exemplo, não atue mais no Jornalismo que aprendi ali, terei sempre ela, a UFC, me inspirando a confiar e desconfiar do mundo.
A coroação de Maria Bethânia, justíssima, foi linda porque transcendeu a particularidade do momento. A titulação foi um ato de comunhão. Naquela noite, com todas as diferenças possíveis, éramos uma única e grande turma. Bethânia se emocionou e emocionou a todos, lembrando a presença e a ausência da universidade em sua formação como mulher, cidadã e artista. Doutora sem diploma algum de graduação, Bethânia é convicta de que ela e sua obra não seriam as mesmas sem a universidade. É que uma instituição de ensino não muda a vida apenas de quem passa por ela formalmente.
Em seu discurso, Bethânia celebrou a educação em seus diversos níveis, visitou experiências formativas que fizeram sua cabeça e elencou cearenses que têm como referência. Estava feliz e grata pela honraria que recebia. Felicidade e gratidão, diga-se, que abraçaram a todos. É tocante ver a UFC afirmar, com orgulho, sua dimensão pública, no melhor dos sentidos. Como bem disse a doutora Bethânia: "Uma verdadeira casa de ensino não tem muros, apenas portas. Sempre abertas." É uma alegria entrar na UFC e me sentir em casa. Eu me encontro e reencontro, encontro e reencontro os meus. Que venham outros momentos como aquele 16 de novembro. É bom demais ser feliz em bando.
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