Marbênia Gonçalves Almeida Bastos é professora universitária de Bebidas e Harmonização. Tem Certificação na Wine & Spirit Education Trust. É Sommelière de Vinhos e Cerveja pela Associação Brasileira de Sommelier e Association de la Sommellerie Internationale – ASI. É Sommelière de Chá pelo Instituto CHÁ. Sommelière de diversas Confrarias de Bebidas, em Fortaleza
Foto: divulgação
Cachaça Limoeiro
De Feira da Mata, é nnvelhecida e armazenada em barris de Amburana.
A produção aguardenteira da Bahia remonta ao período do Brasil Colonial. Atualmente, a maior parte da cachaça é destilada em alambiques de cobre, por empresas artesanais em uma escala de pequena a média produção.
A cachaça baiana tem conquistado muitos apreciadores por seu paladar diferenciado, típico do seu terroir. Esse reconhecimento da boa qualidade da cachaça vem também por meio das premiações em concursos nacionais e internacionais.
Os produtores baianos têm aliado a tradição ao conhecimento e investimentos em novas formas de produção. O processo de elaboração recebe atenção especial desde o plantio da cana de açúcar até a madeira de envelhecimento da bebida.
A preocupação das cachaçarias com a preservação do meio ambiente, em todas as etapas da produção, atraem cada vez mais as pessoas que primam por um estilo de vida no qual a sustentabilidade e a valorização das riquezas regionais são o mote de suas experiências de consumo.
Nesse sentido, a Chapada Diamantina é uma das regiões seculares de produção de cachaça. Com clima que se beneficia de altitudes de aproximadamente 1.200 metros e solos arenosos, é um celeiro de cachaças primorosas.
Um exemplo de boas práticas, na Chapada, é a Fazenda Vaccaro, em Rio das Contas que, desde 2002, por meio da cachaça Serra das Almas, foi agraciada como a primeira cachaça a receber a Certificação de Cachaça Sustentável no território brasileiro, além disso, a fazenda conquistou o prêmio de melhor Projeto Social e Ambiental do estado da Bahia.
A premiada Cachaça Serra das Almas Ouro tem sabor agradável, macia, com nuances de cana de açúcar, ervas secas e, nos aromas, predomina a madeira. Envelhece por quatro anos em barris de garapeira.
Outra cachaça premiada da Chapada é a Abaíra, oriunda de cooperativas que agregam os municípios de Abaíra, Mucugê, Jussiape e Piatã. Este terroir foi o primeiro da Bahia a receber a denominação de Indicação Geográfica (IG), do Instituto Nacional de Propriedade Industrial(INPI), reconhecendo a Cachaça Abaíra com uma identidade única, em virtude do território onde é produzido com suas singularidades de solo, clima, vegetação e modos de produzir a bebida.
A Abaíra Prata tem boa drincabilidade com notas da cana de açúcar. É ideal para compor drinks e acompanhar aperitivos leves.
Já no extremo sul da Bahia na Fazenda Cio da Terra, rica em solos de massapê, há o cultivo de uma cana de açúcar singular, que se beneficia da riqueza deste solo. Dessa cana se produz a Cachaça Matriarca. Adalberto Pinto, líder da marca, foi pioneiro no uso da madeira Jaqueira, para armazenamento e envelhecimento da bebida.
E quando falamos em envelhecimento da cachaça, é sempre bom lembrar: o que a diferencia de outros destilados de cana de açúcar produzidos no mundo, é exatamente o uso de madeiras nacionais que imprimem sabores e aromas com características próprias.
A Cachaça Matriarca coleciona prêmios é destilada em alambique de cobre, e o uso da Jaqueira entrega aromas e sabores frutados, notadamente nuances de seriguela madura e cajá, com um toque especial e sútil da madeira. E os aromas de flores do campo com a madeira dão um toque de fragrância refinada. Na boca se reproduz a fruta, especialmente o cajá, com adstringência presente e leve picância.
Na semana que se celebra o Dia Nacional da Cachaça uma boa pedida são as visitas as Rotas da Cachaça. Na Bahia são aproximadamente 18 municípios que apresentam as marcas aqui citadas, famosas pela excelente qualidade. Vale a pena visitar e degustar cada gole.
Lembrando: Beber Cachaça é um misto de prazer, amor próprio e elegância! Beba menos e beba melhor!
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