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A gênese de um símbolo nacional
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Marbênia Gonçalves Almeida Bastos é professora universitária de Bebidas e Harmonização. Tem Certificação na Wine & Spirit Education Trust. É Sommelière de Vinhos e Cerveja pela Associação Brasileira de Sommelier e Association de la Sommellerie Internationale – ASI. É Sommelière de Chá pelo Instituto CHÁ. Sommelière de diversas Confrarias de Bebidas, em Fortaleza

A gênese de um símbolo nacional

Tipo Opinião
Cachaça Mapirunga Extra Premium, envelhecida em tonel de Aroeira (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Cachaça Mapirunga Extra Premium, envelhecida em tonel de Aroeira

Neste sábado, 13 de setembro, comemora-se o Dia Nacional da Cachaça. Desde 2009, o Instituto Brasileiro da Cachaça instituiu formalmente essa data para celebrar o legado histórico e cultural da bebida. Posteriormente, em 2010, a data foi validada pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

A escolha da data foi em virtude da Revolta da Cachaça, que ocorreu nos idos de 1660-1661. No episódio, os produtores de cachaça no Rio de Janeiro depuseram o governador e tomaram o poder por aproximadamente 5 meses, em função da cobrança de altos impostos e proibição da produção da bebida, determinada pela Coroa Portuguesa, que considerava a cachaça uma ameaça ao monopólio da Bagaceira, a aguardente de uva produzida em Portugal.

Alguns historiadores reportam que, em 13 de setembro de 1661, a regente de Portugal, Luísa de Gusmão, autorizou oficialmente a fabricação e venda da cachaça no Brasil.

Do Brasil colonial aos dias de hoje, a relação dos brasileiros com a cachaça passou de uma representação social de uma bebida marginalizada a ícone cultural.

Por muito tempo a cachaça foi vista como bebida sem valor, destinada as pessoas com poucos recursos financeiros, e a variedade de apelidos da bebida, tais como "pinga barata", "marvada", "pé de cana", reflete tanto a popularização quanto o preconceito histórico que a bebida enfrentou.

Porém a ressignificação desse sentido foi marcada pela profissionalização da produção, os avanços regulatórios e o reconhecimento de seu potencial gastronômico.

Nos últimos anos, o mercado de cachaça experimentou forte expansão: o número de cachaçarias cresceu, bem como a litragem produzida, e a exportação da bebida ganhou espaço.

A cachaça também ganhou respaldo simbólico, e tem sido valorizada como parte essencial da cultura brasileira, objeto de políticas públicas, debates legislativos (inclusive sobre tributação justa) e símbolo em roteiros de turismo e memórias nacionais.

Então, a dica para o final de semana é degustar uma boa cachaça e coquetéis com cachaça para celebrar toda a diversidade de sabores que a bebida promove.

Vale brindar com a Cachaça Mapirunga Extra Premium, envelhecida em tonel de Aroeira, do terroir de Viçosa do Ceará. O aroma entrega notas de cana de açúcar, cítricas e de erva doce. No paladar é macia, equilibrada, com nuances de especiarias doces, cascas de laranja, e um suave amadeirado. Muito fácil de beber.

Outra dica é a "Weber Haus Amburana", de Ivoti, no Rio Grande do Sul. É envelhecida em barris de amburana de tosta média. No aroma predomina a baunilha, chocolate e amêndoas. No paladar os toques de amêndoas e chocolate se repetem, e surge um herbal, um resinoso, mentolado, com frescor agradável.

No Dia Nacional da Cachaça, ao celebrar com uma dose de cachaça, o cachaçófilo vivencia não só a boa qualidade da bebida, mas também a história de luta, identidade e orgulho nacional que ela representa.

Lembrando: Beber Cachaça é um misto de prazer, amor próprio e elegância! Beba menos e beba melhor!

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