Jornalista especializado em esportes olímpicos. Trabalhos na TV Record, Yahoo, rádios Gazeta e Eldorado em São Paulo
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Está em andamento no Uzbequistão, o mundial de judô, competição realizada anualmente, exceto em anos olímpicos. No sábado, o Brasil faturou suas duas primeiras medalhas: Rafaela Silva ouro nos 57kg e Daniel Cargnin bronze nos 73kg.
Rafaela retornou a uma grande competição após cumprir suspensão por doping de 2 anos, que a tirou tanto do mundial 2021, como da Olimpíada realizada no mesmo ano. Ela iria defender seu título olímpico, conquistado brilhantemente em 2016. Rafaela tem 30 anos e conseguiu sua 4º medalha individual em mundiais, além de outras três por equipes. Em termos de conquistas, Rafaela supera Aurélio Miguel, Tiago Camilo e Mayra Aguiar, outros brilhantes judocas brasileiros.
A carreira da atleta sempre foi marcada por altos e baixos. Apareceu para o cenário mundial em 2011, com a prata no mundial. Em 2012 foi eliminada da Olimpíada na 2º luta para a húngara Hedvig Karakas, em uma decisão da arbitragem que apontou golpe irregular da brasileira. Em 2013 deu a resposta faturando o título mundial na edição disputada no Rio de Janeiro. Se manteve entre as melhores e o auge aconteceu em 2016, novamente competindo em casa, com o ouro olímpico.
Nos anos seguintes, não conseguiu se manter entre as melhores. Nos mundiais de 2017 e 2018 por exemplo, foi eliminada na 1º luta. Em 2019 voltou ao topo com o bronze no mundial. Mas em 2020 foi pega no exame antidoping. No final de 2021 voltou a competir e novamente retomou a boa fase. Foi medalhista em dois eventos Grand Slam na Hungria e Geórgia e agora faturou o bicampeonato mundial.
A campanha de Rafaela até o ouro no Uzbequistão foi de cinco lutas. Na 3º, ela superou a ucraniana Daria Bilodid (bicampeã mundial nos 48kg), na semifinal a israelense Timma Levy (atual campeã europeia) e na final a japonesa Haruka Funakubo (bicampeã do fortíssimo Grand Slam de Paris). Até então, o Japão tinha quatro ouros em quatro categorias disputadas.
Também no sábado, Daniel Cargnin faturou bronze nos 73kg. Ele foi medalhista olímpico de bronze nos 66kg em Tóquio. Subiu de categoria, teve enormes dificuldades nas primeiras competições, mas já está totalmente adaptado ao novo peso. Nesse mundial enfrentou e venceu cinco adversários do top-20 do ranking mundial. Das cinco vitórias, quatro por ippon e uma por wazari.
Desde 2017 o judô masculino do Brasil não ganhava medalha em mundiais. Outras chances de medalha até o fim do mundial são Beatriz Souza, Mayra Aguiar e Rafael Baby.
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