A partir de hoje tem a 22ª edição do Mundial masculino de boxe, desta vez no Uzbequistão, que é uma potência da modalidade. Mas assim como ocorreu em março, no Mundial feminino, nove países vão boicotar o evento devido à participação de atletas russos e bielorrussos: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Ucrânia, Irlanda, República Tcheca, Canadá, Suécia, Suíça, Holanda e Polônia. Com isso, Cuba, Rússia e os donos da casa devem dominar o quadro de medalhas.

A equipe brasileira terá sete nomes, todos em categorias olímpicas. Na história do evento, o Brasil faturou um ouro, duas pratas e cinco bronzes. Robson Conceição e Everton Lopes têm duas medalhas cada. Everton foi o único na história a ser campeão, em 2011.

O principal nome desta vez é Keno Marley. Ele foi vice-campeão mundial em 2021, nos 86kg (a única medalha do Brasil na ocasião), e luta agora nos 92kg. Neste ano, venceu os dois torneios que disputou, na Bulgária e na Sérvia.

Mas o sorteio não foi bom para Keno. Ele pode pegar nas quartas de finais o russo Muslim Gadzhimagomedov, campeão mundial em 2019 e vice-campeão olímpico em 2020. Na semi pode cruzar o imbatível cubano bicampeão olímpico e cinco vezes campeão mundial em vários pesos, Julio La Cruz.

Outra esperança é o medalhista de bronze olímpico Abner Teixeira, na categoria acima de 92kg. Na chave dele está um possível cruzamento nas quartas de finais contra Mahammad Abdullayev, do Azerbaijão, bronze no último Mundial. Na semi, pode encarar o armênio Davit Chaloyan, atual vice-campeão mundial.

Dois nomes para se prestar atenção e que tiveram sorteios favoráveis: Wanderson Oliveira, nos 71kg, ficou a uma vitória da medalha nos dois últimos Mundiais. Entra como cabeça de chave e terá um caminho menos complicado até as semifinais. Luiz Gabriel Oliveira, nos 57kg, também folga na primeira rodada e com três vitórias pode buscar a medalha. Ele é neto de Servílio de Oliveira, primeiro medalhista olímpico do nosso boxe.

Os outros três brasileiros que estarão no mundial: Michel Trindade, nos 51kg; Yuri Falcão, nos 63,5kg; e Wanderley Pereira, nos 80kg. Yuri é o mais novo da delegação: tem 20 anos e é sobrinho de Esquiva Falcão. Ano passado chegou nas quartas de final do Mundial juvenil.