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Os rótulos platinum e os vinhos Premier Grand Cru Classé, de Bordeaux
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Os rótulos platinum e os vinhos Premier Grand Cru Classé, de Bordeaux

Me nego a falar do traço olfativo, pois nunca vi uma definição que chegasse perto de tradução de um beijo. Deixo termos, como o odor da barriga molhada de raposa da Alsácia e cheiro da Madeleine, da tia Léonie, para enochatos e enobestas de plantão
Tipo Análise
Veja a seleção de vinhos que esta coluna fez (Foto: JULIO CAESAR)
Foto: JULIO CAESAR Veja a seleção de vinhos que esta coluna fez

Hoje, darei uma de escanção para o leitor do jornal O POVO. Falaremos, além de outros rótulos platinum, dos 5 vinhos Premier Grand Cru Classé, de Bordeaux.

Pouparei o 1Er Supérier, o icônico Sauternes, posicionando num palmarés de hors concours. Ele é um néctar, servindo para maridar com frutas, sobremesas, foie gras. Merece o 'chapeau,' como dizem seus patrícios. Por um gosto pessoal eu incluiria o Amarone Quintatareli, entretanto, se o Masseto... nada feito. Não entrou. Isso poria, em risco , minha análise baseada nos critérios de tempo, preço e nota.

Essa classificação, PGCC, é do ano de 1855, tendo sido assinada pelo imperador Napoleão III. Embora vinho, os sparkling não entrarão, o que me furta mencionar o pinacular Salon, com sua mítica cosecha de 1928, uma das pilhagens de Hitler, encontradas no Ninho da Águia por Bernard de Nonancourt, da família Lanson, dono da Laurent-Perrier.

Historicizando de leve, registro que, em meados dos anos 2000, o jornalista Lucio Brasileiro fundou o Clube do Rio Tinto, uma confraria composta por um membresia em torno de 10 cavalheiros. Na condição de templário, tive a oportunidade de adicionar, aos arquivos do meu córtex, algumas das melhores emoções, advindas do rouge invento do rei Jamshid.

Ou seria mesmo Dionisio? Você, quando bebe vinho, fica alegre, como galo, forte, como leão, ou estúpido como um burro, com reza a lenda portuguesa?

Me nego a falar do traço olfativo, pois nunca vi uma definição que chegasse perto de tradução de um beijo. Deixo termos, como o odor da barriga molhada de raposa da Alsácia e cheiro da Madeleine, da tia Léonie, para enochatos e enobestas de plantão.

Le Pin - O do pinheiro. Começo com ele, por não ser nada mainstream. A coluna não é de modismos. Quem quiser dar seus ataques de novo-riquismo, que abra um Cristal e deixe o mindinho em riste, para sorver as perlages. Ia esquecendo: e use um toilleur de ouro. Le PIn é um vinho de garagem, dada a liliputiana herdade.

Ele é para connaisseurs. Uma herdade que não chega a 3 hectares. E a produção?: Em torno de 8 mil garrafas. Esse Pomerol teve seu debut, no wine universe, ao ganhar 100 pontinhos do R. Parker, em 1982. Luxo é exclusivo. By the way, vocês teriam notícia do Rudy Kuniawan? É que ele é muito falsificado.

Petrus - Sonho de muitos enófilos, enólogos e investidores. O preço, assim como algumas bouteilles, foram para o espaço. Li-te-ral-men-te. Então o bom é guardar? Sim, para os genros e para os pretendentes da viuvinha alegre. Para certas coisas você olha a precificação e diz: isso não existe! Sim, elas existem, pois tem quem pague. Vale o custo do helicóptero, para secar as uvas encharcadas. A Merlot exerce supremacia no feitio do Petrus. 'És Pedra.' Favor não fazer sangria.

Romanée-Conti- Dizem que uma das maiores coleções do mundo, com safras raras, que tirariam um 'oh là là' dos referidos viticultores da DRC, pertence a um politico paulista, de ascendência libanesa. Em outros tempos, o comprador deveria levar um lote (assortment) da Romanée, se quisesse adquiri-lo. Um branco, da casa, que virou blue chip, foi Hautes-Côtes de Nuit. isso prova que o savoir faire d'excellence ,na Domaine de la Romanée-Conti, é sagrado. Um Graal.

La Tour - Mais um rouge de altíssima envergadura. Elaborado com a trinca: Merlot, Cabernets Franc e Sauvignon. O rótulo reproduz a Torre de St.Lambert. Outro signo da enologia mundial.Também must have das adegas. Aconselho um flight, para atestar sua robustez.E o ano de 2009 proporcionou, ao mundo, a uber aclamada vindima de Bordéus.

Château Lafite Rothschild - Pertencente ao clã casaque de banqueiros, judeus financistas, autoridades na matéria. Aqui, não podemos dizer que os primeiro serão os últimos. Em Água Forte, vou a Canossa, e digo que esse rótulo bebe-se sem se engasgar. Sua l'etiquette des 150 ans vem com um balão. É uma produto de longa guarda. Houve uma época em que os japoneses, ávidos ao consumo, mas acostumados com saquê, do CLR, adicioanavam açúcar nas taças. Só haraquiri.

Château Mouton Rothschild - A herdade é em Pauillac.Os rótulos, do carneirinho Artsy o identificam a distância. Um nu artístico feminino, de Balthus, causou mal-estar em certa safra. Mas só em 73 que o Mouton entrou para o golden squad. Assim como Nicole Ponsardin, Lilly Boulanger, Elisabeth Bollinger, Camile Roederer e Louise Pommery, a França também nos legou a baronesa Philippine, que dirigiu a casa desde 1988,com a morte do pai, o barão Philippe, largando o bastão em 2014, aos 80 anos, em decorrência de sua sentida passagem.

Margaux - A alquimia, desse medoquiano, vem da uva Sauvignon Blanc. Produzido pela família Montzelopoulos, ele nada tem de presente de grego. Uma segunda via é o Pavillon Rouge, num custo mais acessível. O pós- guerra trouxe uma de suas melhores safras, como vaticinam os historiadores, e como provam os ares do baby boom. Com um Margaux, o apressado come cru,São 20 anos para degustá-lo. Mas aconselho testar, antes, com um Coravin (aparelho que consegue a prova do vinho, sem ter que abri-lo).

Screaming Eagle - É a segunda big star do Napa, depois da âncora do Vale, o Chateau Montelena, que não é Cabernet Sauvingon, como esse, mas Chardonnay. No caso de Jean Phillips, fundadora e idealista da marca, sua história começa quando ela para de olhar para grama do vizinho e vai se consultar com os técnicos do winemaker Robert Mondavi. O fato é que a águia voou alto e faz barulho barulho desde 1992, conseguindo superar o malhete de um R.-Conti, year 1945.

Haut-Brion - Um súdito do Grão-Ducado de Luxemburgo. Dos quíntuplos, o decano dos Premier Grand Cru Classé, natural de Graves. O branco também é extremamente apreciado e raro, uma vez que o consumidor, talvez por falta de conhecimento aposte no Chablis e no Mersault. Embora eu esteja a Tântalus, por um voto que fiz, amo o cheiro de brett dos gauleses. A cereja do H-B: sua agricultura sustentável.A propriedade é pequena, com 51 hectares. Pequenos frascos, grandes essências.

Royal Tokaji - O real pode vir da podridão nobre, originária da Botrytis cinerea. É húngaro e pronuncia-se ' tocái'. A garrafa, de vidro soprado, deitada em berço esplêndido, em forro de seda negra e hermeticamente fechada com lacre de cera, dignifica a majestade, daquele que é conhecido como o rei dos vinhos e o vinho dos reis. Só foram concebidas 18 garrafas, e não será gafe se for consumido numa colher de cristal. Quem está à frente: Hugh Johnson, a maior autoridade literária do vinho, e que assina uma linha de acessórios nec plus ultra.

Na verdade, vinho é vibe, cunho meu, sendo ela que i rá coroar toda e qualquer degustação. Bien sûr, as companhias. Como dizem os judeus:'Se o coração estiver amargo, nada adoçará a boca'.Lehaim! Santé, minha Melissa Meadow, my moon and back.

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