Marília Lovatel é escritora, cursou letras na Uece e é mestre em literatura pela UFC. É professora de pós-graduação em escrita literária e redatora publicitária. Tem livros publicados por diversas editoras, entre elas, Scipione, Moderna, EDR, Armazém da Cultura e Aliás. Vários dos seus 12 títulos são adotados em escolas de todo o país, tendo integrado 2 vezes o Catálogo de Bolonha, 2 vezes o PNLD Literário e sido finalista do Prêmio Jabuti 2017.
No Sarah se operam milagres diariamente. Eles assistem a uma população insegura, frágil, sofrida, dão colo de mãe em uma Instituição com nome de mulher, nome que cura – em outra palavra, sara.
Foto: FREEPIK
Milagres podem acontecer todos os dias
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Os exames expostos na mesa do consultório. Os valores de referência. Os números. 70 por cento dos que tiveram um AVC não retornam às suas atividades profissionais – muitos não retornam a si mesmos. 10 por cento retomam o trabalho, com limitações. Ele está nos 20 por cento, o médico nos disse. E os 20 por cento significam o melhor lugar na estatística, o colo do milagre.
No Sarah se operam milagres diariamente. A rede mantém unidades em Brasília, São Luís, Salvador, Belo Horizonte, Macapá, Belém, Rio de Janeiro e Fortaleza. Hospital de excelência em neurorreabilitação, com um centro aberto ao acolhimento de todos os cidadãos, o Sarah Kubitschek faz do direito à cidadania a sua rotina. Solários, jardins, ambientes amplos, ventilados, humanizados, impecavelmente limpos, contribuem para endossar essa percepção.
Nenhuma necessidade é tratada como menor ou menos importante. Os casos graves, os moderados e os leves são cuidados com o mesmo rigor e igual atenção. O nome na pulseira, a pulseira no braço, o braço na pessoa. Tratamento personal, de fato. A estrutura conta com equipamentos de última geração e, principalmente, funcionários qualificados – gentilíssimos. Impressionam pela organização, eficiência, tudo que se traduz em respeito ao indivíduo e inspira a empatia. Foi o que receberam a mãe e o menino. Ela, dividida entre permanecer na fila ou ao lado da criança, de cerca de 7 anos. A dificuldade motora impossibilitando ao filho deixar as cadeiras do setor azul – há o verde, o amarelo, cores vivas – para estar de pé com a sua acompanhante.
Inseguro, frágil, sofrido, o garoto não chorava, gritava. A mulher aflita, receosa de perder a vez, viu uma outra se aproximar, argumentar junto ao guichê, lhe garantir o pronto atendimento e, em seguida, se dirigir ao paciente inconsolável, erguê-lo ao colo, abraçá-lo até que se acalmasse. Não portava um crachá a desconhecida, mas sabia o modo correto de proceder, todos no SARAH sabem. Eles assistem a uma população insegura, frágil, sofrida, dão colo de mãe em uma Instituição com nome de mulher, nome que cura – em outra palavra, sara.
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