Marília Lovatel é escritora, cursou letras na Uece e é mestre em literatura pela UFC. É professora de pós-graduação em escrita literária e redatora publicitária. Tem livros publicados por diversas editoras, entre elas, Scipione, Moderna, EDR, Armazém da Cultura e Aliás. Vários dos seus 12 títulos são adotados em escolas de todo o país, tendo integrado 2 vezes o Catálogo de Bolonha, 2 vezes o PNLD Literário e sido finalista do Prêmio Jabuti 2017.
Foto: Asís G. Ayerbe
Rosa Montero, jornalista e escritora espanhola
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O livro está na cabeceira. Papel novo, o cheiro da tinta impressa ainda vivo, o colorido da capa, onde se lê o título, o nome da autora — que admiro de leituras anteriores — e o logo de uma Editora que se apresenta pela pronúncia do seu nome, representada na abertura da boca a cada sílaba: TO DA VI A. Sim, estou louca para ler a mais recente obra de Rosa Montero.
Dela, “A louca da casa” e “A boa sorte” já estiveram no lugar que agora ocupa “O perigo de estar lúcida”. E me dou conta de que a ansiedade é tanta, a ponto de me fazer escrever sobre um livro que ainda não li. Contribuem para a minha expectativa o impacto que “A louca da casa” e “A boa sorte” me provocaram, as impressões de amigos, traças experientes — de quem respeito muitíssimo a opinião —, marcando com post-it a borda das páginas em que acharam algo que lhes chamou a atenção, causou um encanto, um deslumbre, uma risada, uma emoção.
Em alguns casos, praticamente todas as páginas ganharam essa lateral postiça e colorida, alterando a largura original do objeto. Desejo, o mais breve possível, iniciar a minha própria navegação, seja pela superfície, no nado pelos parágrafos ou mergulhos nas entrelinhas. Com direito às paradas nas margens para tomar fôlego ou simplesmente me abandonar por um tempo, esticando as percepções, as descobertas, abraçando os horizontes aumentados, de modo a usufruir de tudo aquilo que do texto se muda para dentro de mim. Parece loucura, mas, por vezes, a véspera de uma viagem pode ser a melhor parte.
No caso de Rosa Montero, é quase certo que não. Quero ouvir a voz das fadas, entrar de cabeça na tempestade perfeita, conectar-me com o universo criativo dessa jornalista e escritora espanhola fascinante. Por ora, fico na torcida da confirmação dos prejuízos do excesso de lucidez e de que um pouco de loucura faz a vida valer mais a pena.
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