Pouco antes de chegar à casa da minha irmã para uma temporada de férias em Petrópolis, recebi a foto da cerejeira que ela ostenta em seu jardim.

O verbo é esse mesmo, pois a reação de quem vê a copa cheia e exclusivamente composta de flores equivale à contemplação de uma joia rara. “Está esperando por vocês”, pôs na legenda da imagem. A menção me fez lembrar do quanto é gentil inserir a natureza em um convite. Dizer que a lua estará esplêndida para um jantar torna o evento ainda mais especial.

Que beleza dispor de um céu, mencionar seu azul único ressaltando a alegria de um churrasco com amigos. Vale comentar que a chuva veio sob encomenda para o chiado poético servir de trilha musical ao chá da tarde. Já me vali de um pôr-do-sol para resolver um impasse familiar.

Na mudança, em um dos quartos do apartamento, não havia varanda, mas ele contava com um entardecer de tirar o fôlego à janela. O filho escolheu o cômodo com a varanda, a filha ganhou a vista.

A caminho do trabalho, rotineiramente, uma árvore de copa impressionante é a minha catedral, templo divino que captura o meu olhar, me leva a inspirar fundo, encher os pulmões de ar e pedir por um dia abençoado.

Assim, ao combinar um encontro, consideremos os presentes naturais em nosso entorno e agradeçamos a Deus pela claridade das manhãs, pelo vento que movimenta as jangadas no mar e ameniza o calor na terra, pelas sombras generosas, pelo espetáculo das estrelas, pelo canto dos pássaros, pelas floradas que brincamos de comandar, pela vida que pulsa ao nosso redor e dentro de nós.