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Fernanda Takai na janela
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Marília Lovatel cursou Letras na Universidade Estadual do Ceará e é mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará. É escritora, redatora publicitária e professora. É cronista em O Povo Mais (OP+), mantendo uma coluna publicada aos domingos. Membro da Academia Fortalezense de Letras, integrou duas vezes o Catálogo de Bolonha e o PNLD Literário. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2017 e do Prêmio da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil – AEILIJ 2024. Venceu a 20ª Edição do Prêmio Nacional Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil - 2024.

Fernanda Takai na janela

Que lindo presente de Natal o encontro com um ídolo, pensei. Coincidência ou não, no dia seguinte, a primeira canção que ouvi da playlist dela foi a regravação de "O velhinho"
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Quando recebi no e-mail do pessoal da SM a notícia de que Salvaterra, breve romance de coragem tinha sido agraciado com o Selo Distinção Cátedra Unesco, concedido anualmente pelo Instituto Interdisciplinar de Leitura (iiLer) e pela Cátedra Unesco de Leitura, ambos da PUC-Rio, comemorei muito feliz. Tratava-se do quarto prêmio recebido pelo livro.

Depois de vencer o Barco a Vapor no ano anterior, em 2025, recebeu o Selo Altamente Recomendável e foi o vencedor do Prêmio Orígenes Lessa de Melhor Livro para Jovem 2025, ambos pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ).

No corpo do e-mail, veio o link para a minha participação na cerimônia online e a respectiva senha de acesso. Esperei com uma ansiedade infantil até que chegasse o horário e, assim que ingressei, a alegria foi aumentando ao conferir os presentes, convidados e premiados em uma das três categorias da solenidade: Seleção, Distinção e Hors Concours.

Entre os premiados, distingui os queridos amigos e conterrâneos, Tino Freitas e Stênio Gardel. Daniel Kondo, Hors Concours, com o seu "Lobo Mau com dor de dente", Heloísa Prieto, nomes que aprendi a admirar.

Li no chat uma emocionante mensagem de Alessandra Colasanti, agradecendo o prêmio póstumo dedicado à sua mãe, Marina. E fui descendo o cursor para espiar quem mais estava por ali: os queridos Carlos Eduardo Braga, Graziela Santos, Tatielly Pinho Farias, Ana Bacelar.

Então estaciono o cursor junto à janela de ninguém menos que Fernanda Takai. E me dei conta de que compartilhava o mesmo ambiente virtual que a Fernandinha Takai, a voz do Pato Fu, a idealizadora e protagonista da série de álbuns/espetáculos para crianças, “Música de Brinquedo” — que eu amo.

A moça de raízes nipônicas e jeitinho mineiro, embora tenha nascido no Amapá. A convidada para projetos com Rita Lee, Zélia Duncan, Roberto Menescal, Maki Nomiya, João Donato, Gilberto Gil, Erasmo Carlos, Marcos Valle, Duran Duran, Renato Russo. A cantora, dubladora, compositora, escritora. A que lançou 20 álbuns e 9 DVDs. Tem 5 Discos de Ouro.

A artista “multipremiada pela APCA, Grammy Latino, MTV Brasil, Multishow, Revista Bravo!, Prêmio da Música Brasileira, entre outros. Tem 5 livros publicados e conquistou um Prêmio Jabuti”. Essa Fernanda Takai. Que nasceu no mesmo ano em que eu nasci.

A criatura de fala mansa, que parece não fazer força para encantar gerações de fãs — a mim, inclusive, como já deu para notar. Ali estava ela, sorrindo à janela. E, pela magia da literatura e a confluência dos astros, das forças misteriosas do universo quando assim decidem que tem que ser, eu também.

Que lindo presente de Natal o encontro com um ídolo, pensei. Coincidência ou não, no dia seguinte, a primeira canção que ouvi da playlist dela foi a regravação de “O velhinho”, com os versos que me transportam a essa época natalina, no auge da minha infância: “Deixei meu sapatinho na janela do quintal, Papai Noel deixou meu presente de Natal”.

Foto do Marília Lovatel

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