
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Entrei para a política. E antes que me censurem com aquela velha frase clichê, de que política é para quem não tem vergonha, devo alertá-los de uma profunda convicção: acreditar nisso é tudo o que os sem-vergonha mais querem.
Com o advento das redes sociais, a gente ficou ainda mais responsável por aqueles que cativa. E acaba dando, diariamente, naturalmente, automaticamente - por vezes vaidosamente -, satisfação daquilo que faz, desde as coisas mais simples, como tomar um café com bolo frito, até as mais complexas, como entrar na política.
Então me permitam explicar minha decisão, mesmo sabendo que decisões que carecem de explicação são sempre polêmicas. Entendo a política como um instrumento com alto poder de transformação social. Como ferramenta de progresso coletivo. Como bálsamo com grande poder de melhorar a vida das pessoas. Para mim, o problema não é a política. É a destinação que alguns dão a política.
A política não precisa ser um Fla-Flu, uma luta de UFC, um bangue-bangue à Italiana do tipo dos que vêm afastando amizades, dividindo famílias e adoecendo o Brasil, nos últimos anos. A política é arte de, mesmo nos antagonismos, priorizar o debate e, por ele, construir, com os diferentes, soluções que contribuam para o avanço da sociedade.
Qualquer marqueteiro, mesmo os formados nos cursos de 10 minutos no Youtube, sabe que o que mais encoraja a experiência do voto é a performance que o político teve em missões anteriores, seja na esfera pública ou na iniciativa privada. Não estou pedindo voto e nem sei se um dia pedirei. Não foi este - disputar cargo eletivo - o motivo de minha filiação. Muito menos é este - pedir voto - o tema desta crônica. Mas imagino, junto com colegas empresários como Vilmar Ferreira, Honório Pinheiro, Raniere Leitão, Fábio Timbo, dentre outros que me acompanharam nesta nova empreitada, que nossas trajetórias como empreendedores podem colaborar com a política.
Mais do que a reprovação generalista e preconceituosa do senso comum, o que nos preocupa é a omissão dos que, mesmo podendo, nada fazem para melhorar o seu meio, o que nos poderia rebaixar à categoria dos "espíritos tímidos", como diria Theodore Roosevelt. Ou o analfabetismo político que, para Bertolt Brecht, impede o cidadão de ver que tudo, até o preço do feijão e da farinha, depende de decisões políticas. Não as ignoremos, pois.
Para finalizar nossas justificativas, um último clichê infame. Dizem por aí que a política é uma cachaça. Que ela vicia ao ponto de o sujeito bebê-la e não querer mais largá-la. Mas já tranquilizo a todos: nós não nos deixamos dominar.
A gente vai só ali tomar um trago e volta.
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