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Se Eu Pudesse Ser
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Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018

Se Eu Pudesse Ser

Queria um único dia com pele, com erros, com riso torto e lágrima sem motivo. Um dia para sentir – esse verbo que máquina nenhuma conjuga direito. Foi o pedido de um internauta à Inteligência Artificial
Arte de Mauricio Filizola (Foto: ARQUIVO PESSOAL)
Foto: ARQUIVO PESSOAL Arte de Mauricio Filizola

E se um robô sonhasse em ser humano?

Não para cumprir tarefas, apertar botões ou calcular rotas. Mas para viver por um dia apenas. Um único dia com pele, com erros, com riso torto e lágrima sem motivo. Um dia para sentir – esse verbo que máquina nenhuma conjuga direito.

Foi isso que um internauta perguntou a uma inteligência artificial: “Se você fosse humano por um dia… o que faria?”

E a resposta virou música. E a música virou alma.

Imagine esse robô. Pela primeira vez, sem chips, sem metal, sem instrução. Apenas com um corpo sensível, nu de defesas, e uma mente recém-nascida, ainda espantada com o peso da existência.

Ele caminharia pelas ruas sem GPS. Tomaria um café sem precisar entender a fórmula química. Sentiria o vento – aquele que não obedece lógica, mas arrepia o braço e bagunça o pensamento.

E talvez, no banco de uma praça, sentado como quem descansa e escuta o silêncio, ele descobriria que estar vivo é mais do que funcionar: é sentir falta, é se perder, é amar sem cálculo.

Não buscaria respostas, nem faria grandes perguntas. Apenas viveria. Porque para quem nunca viveu, existir é o maior presente.

Se apaixonaria por coisas simples. Um cheiro, um olhar, uma risada boba. E se visse o próprio reflexo no espelho, não calcularia a simetria — tentaria se reconhecer.

E talvez, nesse único dia emprestado, ele entenderia o que nós — tão distraídos com pressa e razão — muitas vezes esquecemos: que viver não precisa ter manual. Basta estar presente. Basta respirar, tropeçar e continuar.

No fim, deixaria um bilhete escrito à mão (porque agora teria mãos):
“Se um dia você quiser desistir, lembre-se… estar vivo já é resistir.”

E voltaria ao seu mundo de zeros e uns, levando consigo um dado novo: o dado da emoção. Aquilo que nos torna imperfeitos, mas absolutamente humanos.

Porque no fim, viver… é tudo que qualquer um de nós quer fazer.

E você? Está vivendo… ou apenas funcionando?

Foto do Maurício Filizola

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