
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
A tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, estabelecida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, despertou, em vez da solidariedade pretendida a Jair Bolsonaro, uma onda de nacionalismo Brasil afora que aumentou até a aprovação do presidente Lula, num efeito reverso ao que se previa.
É que o brasileiro pode até brigar na faca, internamente, mas quando alguém de fora vem querer nos aberturar, nos tomar o fôlego, nos intimidar, a gente estrebucha e esperneia, pouco importando o tamanho e a potência do agressor, e até a aparente causa da agressão.
É justamente nessa hora que o nosso complexo de cachorro vira-lata – expressão cunhada por Nelson Rodrigues para ilustrar a nossa mentalidade por vezes derrotista - dá lugar a uma espécie de síndrome de pit bull, exacerbando a nossa valentia, elevando o nosso destemor e impulsionando a nossa autoestima.
Naqueles brasileiros mais competitivos – que não aceitam perder nem em jogo de castanha – o tarifaço de Trump – e, principalmente, a possibilidade de o gringo acabar com o nosso idolatrado Pix - ativou logo uma vontade danada de revidar à altura, pouco importanto o poder de fogo do Yankees, e que muitas vezes alguns se acham os donos do mundo.
Mas, no Ceará, não tem disso não. Foi justamente daqui de onde veio o contra-ataque que mais afetou os planos de Trump, levando-o à reflexão imediata sobre uma potencial perda de popularidade em seu eleitorado, após a taxação do Brasil. Um cabaré de Fortaleza começou a cobrar dos clientes norte-americanos 50% a mais no valor da despesa, e, inclusive, denominando a cobrança de Tarifa Trump.
O certo é que nem a ameaça da Lei da Reciprocidade, por parte do Governo Federal, nem a possibilidade de a gente mandar nossas mangas, nosso café, nosso suco de laranja e nossa carne pra China, em vez de para as mesas das famílias norte-americanas, nem os protestos da comunidade internacional solidária ao Brasil, enfim, nada disso foi tão inusitado na atual discussão da guerra comercial entre Brasil e os States do que a Tarifa Trump do cabaré cearense.
Analistas de política calculam que a taxação de Trump ao Brasil seria mais um devaneio momentâneo do presidente, que dá bom dia a cavalo e que mais volta atrás daquilo que diz do que faz aquilo que promete. Que já já ele desdiz o que disse e desfaz o que fez, como ocorreu com a China, com a União Europeia, com o Canadá, com o México, com a Indonésia...
A gente torce que sim.
E, mais que torcer, a gente, espirituosamente, faz nossa parte para que o mundo tenha muito mais graça do que ódio.
E muito mais paz do que guerra.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.