
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
No Brasil, os caminhos que deveriam levar à cura estão sendo desviados. E não por falta de ciência, tecnologia ou vontade de viver — mas pela ação de criminosos que descobriram, nos medicamentos, uma nova mina de ouro. O roubo de cargas não é apenas um problema logístico ou financeiro. É uma ameaça à saúde pública, um golpe direto no que temos de mais sagrado: a vida.
Criminosos têm visado caminhões que transportam medicamentos — e também farmácias, focando especialmente nos produtos de alto custo, como os termolábeis, que exigem refrigeração constante. Uma vez fora do sistema regulado, esses produtos perdem eficácia, ganham risco e deixam de ser cura para se tornarem veneno.
Imagine uma mãe comprando um antibiótico para o filho com febre alta, sem saber que aquele frasco passou dias sob o sol — ou pior, foi adulterado. Ou o idoso que, com dificuldade, adquire um remédio para o coração em um ponto de venda clandestino, acreditando ter feito um bom negócio. É a saúde escorrendo pelo ralo da desinformação e da falsa economia.
Os prejuízos financeiros existem, claro. Distribuidoras aumentam os custos com segurança, os preços sobem, e todos pagamos mais caro. Mas o maior prejuízo não se mede em dinheiro: está no risco que cada frasco roubado carrega, na fragilidade de um sistema que tenta manter a confiança da população.
É por isso que, mais do que nunca, precisamos reforçar um valor simples, mas poderoso: confiança. E onde ela mora? Nas farmácias que você conhece. Naquele balcão onde é chamado pelo nome, onde o farmacêutico conhece seu histórico, orienta, confere, cuida.
Não é exagero dizer: farmácia é extensão da casa de quem cuida da saúde.
Tudo começa com a prescrição médica correta — um diagnóstico bem feito — e segue com a escolha do local onde o medicamento será adquirido. Comprar medicamentos só em farmácias autorizadas é mais do que precaução: é uma escolha ética. É um pacto silencioso com a vida. E quando você opta por aquela farmácia onde já construiu relacionamento, onde o atendimento é humanizado e o cuidado e acolhimento é contínuo, você está dizendo: Eu escolho Segurança. Eu escolho Saúde.
A Anvisa e as Vigilâncias Sanitárias fazem sua parte com fiscalização. As distribuidoras investem em rastreamento, escoltas, análise de risco. Mas a barreira mais poderosa contra o crime ainda é a consciência coletiva. A farmácia de confiança é o último elo — e o mais próximo da população. Ela merece ser valorizada.
Como farmacêutico e empreendedor, vejo de perto os efeitos da criminalidade nesse setor. Mas também vejo, com esperança, a força de um relacionamento construído ao longo dos anos entre farmácia e comunidade.
É nesse vínculo que mora a verdadeira proteção.
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