
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Se tem algo que aprendi ao longo da vida — e, especialmente, nos dias em que o coração pesa mais do que a agenda — é que o sucesso não está em carregar o mundo nas costas, mas em saber quando é hora de pousar o copo. Sim, o copo.
Você já segurou um copo d’água por alguns minutos? É leve, quase imperceptível. Agora tente segurá-lo por uma hora inteira. Ele começa a pesar. E se estender o tempo… bom, vai chegar o momento em que aquele mesmo copo, com seus meros 250 gramas, parecerá uma âncora. A questão nunca foi o peso em si. É o tempo.
E, meu amigo, minha amiga, é assim que a vida funciona. Quantas vezes insistimos em segurar problemas como se nossa identidade dependesse deles? Quantas vezes nos apegamos a mágoas antigas, cobranças desnecessárias, pressões que já poderiam ter sido aliviadas — mas que teimamos em manter entre os dedos, como se fossem provas de força?
Eu mesmo já fiz isso. Já segurei demais. Já achei que o sucesso era provar que aguentava. Que ser líder era suportar tudo calado. Que ser empresário, pai, marido, cidadão, era carregar o fardo sem reclamar, sem descanso, sem pausa. Até que o braço tremeu. Até que o coração pediu silêncio.
Até que o corpo falou o que a alma já gritava há tempos: solta o copo.
E veja, não estou dizendo para fingir que os problemas não existem. Longe disso. Mas existe uma diferença brutal entre enfrentar um problema… e se tornar refém dele.
Tem gente que carrega dores por décadas. Que faz da culpa sua morada. Que transforma o medo em rotina. Que adota o cansaço como estilo de vida. E quanto mais segura o copo, mais a vida se torna insuportável. Não porque os desafios aumentaram. Mas porque o braço já não aguenta mais.
O sucesso, esse que a gente busca todos os dias — nos negócios, nas relações, nas instituições que representamos, na jornada interior —, não é sobre fazer tudo o tempo todo. É sobre saber a hora certa de respirar. De descansar. De pausar. De olhar pro copo com carinho e dizer: “Hoje não. Agora eu preciso de leveza.”
Essa consciência não é fraqueza. É força. É maturidade. É inteligência emocional. Porque é só com a mente leve que a gente enxerga saída onde antes só via parede.
A mente cansada constrói labirintos. A mente descansada encontra portas.
E por isso eu te digo — como alguém que já carregou demais e aprendeu, com certo custo, o valor do alívio: o que pesa não é a vida. É o apego.
Soltar o copo não é desistir. É se preparar para segurar o que realmente importa.
Então da próxima vez que sentir que o mundo está demais, que a rotina está massacrando, que o coração está murcho de tanto esforço… pare. Respire. Reavalie. Talvez você só esteja segurando um copo há mais tempo do que deveria.
E, quem sabe, nesse exato momento, tudo o que você precisa para crescer, ressignificar e renascer… seja soltar.
Análises. Opiniões. Fatos. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.