Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Líder classista, empresário do setor de farmácias, é diretor da Confederação Nacional do Comércio (CNC) desde 2018
Havia um relógio antigo fincado em uma parede da casa do meu avô em São Benedito. Não funcionava bem! Mas, curiosamente, ninguém se importava com isso. Ele dizia que aquele relógio tinha cumprido sua missão — “marcar a hora exata de todos os grandes encontros da família”. Depois disso, ele sorria, o tempo virou detalhe.
Cresci achando essa frase bonita. Hoje, entendo seu verdadeiro peso.
A gente passa a vida desejando coisas. Sonha, planeja, corre atrás. E, quando conquista, algo inesperado acontece: um silêncio estranho se instala. Como quem sobe ao topo da montanha e, ao olhar a paisagem, se pergunta: “E agora?”. É como se o vazio viesse junto com o troféu.
A conquista nos preenche… mas também nos esvazia.
Sempre me intrigou uma frase de Lacan: “O desejo é a falta que nos move.” Demorei a entender. Mas percebi que o que nos mantém vivos é justamente a ausência — o que falta, o que não temos ainda, o que sonhamos alcançar. Quando preenchemos todas as lacunas, não sobra caminho, nem bússola.
Meu avô Paulino com sua sabedoria simples, dizia que o segredo era “trabalhar e nunca ter dinheiro suficiente pra tudo que se quer”. Hoje sei que ele falava de propósito, não de saldo bancário.
Nessa caminhada de 40 anos como empreendedor, aprendi que o sucesso verdadeiro não está no que se conquista, mas no que se constrói enquanto se caminha. É o desejo que alimenta o espírito, não a linha de chegada.
Foi esse entendimento que me fez aceitar a missão de presidir a CDL Fortaleza a partir de janeiro de 2026. Não por ambição pessoal, mas por propósito coletivo. Uma nova sala, sim. Mas, mais do que isso, um novo sentido. Porque agora, mais do que buscar troféus, desejo construir pontes. Liderar não é chegar sozinho, é fazer o caminho valer a pena para todos.
Sonhar, nesse contexto, não é utopia. É método. É motor. É bússola.
Por isso, se você hoje sente que algo te falta, celebre. É essa falta que te move. É esse buraco que te empurra pra frente. O vazio da conquista só assusta quem não entendeu que o sucesso não mora no fim da estrada, mas nas pegadas deixadas durante o caminho.
Que a gente nunca tenha tudo o que quer. Mas que nunca nos falte o que nos faz levantar da cama todos os dias: um sonho pulsando no peito e pessoas ao lado pra trilhar.
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