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Salve as rainhas
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Cantora, compositora, jornalista. Lançou sete CDs (Mona Gadelha, Cenas & Dramas, Tudo se Move, Salve a Beleza, Praia Lírica - um tributo à canção cearense dos anos 70 e Cidade Blues Rock nas Ruas); o EP Tudo se Move 20 Anos Depois e vários singles. Fez Comunicação Social na Universidade Federal do Ceará. É mestra em Comunicação (PPGCOM). Lançou o livro "Perfume Azul - Transgressão e Rock na Fortaleza dos Anos 70" (Edição FWA)

Mona Gadelha arte e cultura

Salve as rainhas

O pensamento vai até Sister Rosetta Tharpe (1915-1973), que eu não fazia ideia da existência nos meus primeiros mergulhos no rock na Fortaleza setentista. O impacto havia sido Janis Joplin (1943-1970), ainda hoje minha ídola maior, ao lado de Patti Smith e Rita Lee (1947-2023)
Tipo Análise
Rita Lee (Foto: Reprodução/Instagram @ritalee_oficial)
Foto: Reprodução/Instagram @ritalee_oficial Rita Lee

Aprendi o que era transgressão ouvindo rock no rádio. E como hoje é Dia do Rock, 13 de julho - assim ficou definido no calendário mundial das efemérides desde a realização do Live Aid em 1985, penso nas mulheres, as pioneiras, celebrando - ainda bem! - as contemporâneas que, felizmente, estão aí em número cada vez maior, exponencialmente.

Como não pensar nas mulheres que durante um longo tempo travaram uma verdadeira e dura batalha para ocupar palcos de um gênero espelhado num mundo eminentemente masculino? Eu que o diga!

O pensamento vai até Sister Rosetta Tharpe (1915-1973), que eu não fazia ideia da existência nos meus primeiros mergulhos no rock na Fortaleza setentista. O impacto havia sido Janis Joplin (1943-1970), ainda hoje minha ídola maior, ao lado de Patti Smith e Rita Lee (1947-2023).

E vou passeando por Anna Calvi, P.J. Harvey, Chrissie Hynde, Kim Gordon… todas as rainhas. Perguntaram uma vez para Janis Joplin qual a sua referência de performer e ela respondeu: Tina Turner, the queen. Certeira, não?

E chego em Fortaleza com a presença de mulheres que iluminam a cena com suas vozes e performances arrebatadoras. Vou falar apenas de duas, cujo trabalho acompanho com entusiasmo.

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Claudine Albuquerque, que eu conheci ao ouvi-la cantar numa banda de heavy metal (Nafandus) no Festival da Juventude, dirigido por Mimi Rocha.

E Luh Livia, desde a banda Mafalda Morfina, onde ficou por mais de uma década, e hoje seguindo com a carreira solo (seu álbum mais recente é “Infeli-Cidade”). Ambas compositoras, o que desperta ainda mais admiração.

No mesmo festival da juventude não posso deixar de citar a banda Pulso de Marte, de Letícia Monteiro e Nathália Rebouças, cantoras, compositoras, guitarristas, com o baterista Jefferson Castro, e Clapt Bloom, cantora, compositora e guitarrista, que lança novo projeto, o Sexo Bombom. O dia é para lembrar, mas o “salve as rainhas” vale para o ano todo!

Tocando em Frente com Danilo Guilherme

É praticamente um lugar comum, pelo menos aqui, no Ceará, já ouvi tantas vezes essa sentença: “falta união”.

Geralmente proferida como uma reação diante da desvalorização das trajetórias e histórias construídas com muito trabalho, ou diante da angústia das coisas que quanto mais mudam mais permanecem as mesmas, lembrando a frase do escritor francês Alphonse Karr (1808-1890). Mas não é sempre bem assim. Esse é um risco da generalização.

Nós, artistas cearenses, temos demonstrado a solidariedade que está ao nosso alcance, aderindo a campanhas de arrecadação de recursos para ajudar em tratamentos e nas intempéries da vida. Como a série de shows com renda para a cantora Fátima Santos, organizados por Silvia Torres e Pingo De Fortaleza.

E tem sido assim na campanha de Danilo Guilherme (“Tocando em frente”), músico, cantor e compositor de enorme talento, que foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença neuromuscular progressiva.

Ele descreve em seu perfil no Instagram: “Eu estava vivendo uma grande conquista com a minha música e algo inesperado interrompeu meus movimentos. Os primeiros sinais começaram a interferir nos meus dedos, na minha voz e logo me impediu de tocar também o meu violão. Pra um músico, isso mexe num lugar que nem sei descrever. Ainda assim a arte vive em mim e é a sua força que me faz seguir”.

A música de Danilo tem uma assinatura, com uma sonoridade que emana leveza e suingue. Seus temas remetem à uma vida levada na suavidade, com vento, mar e amor. Ele acabou de lançar um álbum (De repente Fortaleza), disponível nas plataformas, com a cantora e compositora alemã Dota Kehr.

Encabeçada pela família, amigos (as, es) e principalmente por sua irmã Germana Guilherme, outra grande artista cearense, radicada no Rio, cantora, compositora, atriz, diretora, a campanha divulga um vídeo com depoimentos e a forma de colaborar.

Conheci Danilo quando seu grupo DanChá (com Pepeu, Bruno Rafael e Milton Ferreira) participou do Laboratório de Música da Escola Porto Iracema das Artes em 2015 e recebeu tutoria de Liminha, mas também pela voz da cantora Sol (Soledad) na bela música “Mil Setas”.

O Danchá lançou um álbum com envolventes canções de Danilo e parceiros. Deixo abaixo o link da campanha para que possamos colaborar com Danilo e seu amor à vida e à arte.

Link da campanha Tocando em Frente.

Foto do Mona Gadelha

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