Jornalista, colunista de Economia da rádio O POVO/CBN; Coordenador de Projetos Especiais do Grupo O POVO DE COMUNICAÇÃO; Co-Autor do livro '50 Anos de Desenvolvimento Industrial do Ceará' e autor dos 'Diálogos Empresariais', dois livros reunindo depoimentos de líderes empreendedores do Estado do Ceará
Pior que a Covid no Brasil, só uma inflação desenfreada. A avaliação é do setor de varejo, feita por dois presidentes de redes de supermercados: Severino Neto e Honório Pinheiro
Pior que a Covid no Brasil, só uma inflação desenfreada. A avaliação é do setor de varejo, feita por dois presidentes de redes de supermercados: Severino Neto e Honório Pinheiro. Eles viveram os tempos malucos dos anos 80/90, com "fiscal do Sarney", sequestro de poupança, overnight como meio de vida e, por um tempo, vício dos capitalizados, e acham que está na hora de uma pinça hemostática. Os maus sinais de julho, com inflação projetada em 7,05% (IPCA) para o ano, incomoda o setor produtivo porque ele sabe que o descontrole arrasta a taxa Selic, rebolando a inflação para acima da meta, com os preços em níveis desanimadores para a economia.
A NOSSA É A MAIS DESIGUAL
Sabe-se que a atual inflação dos preços decorre principalmente dos efeitos da pandemia sobre as economias mais importantes do mundo. Queda da produção global, procura por bens ensandecida nas retomadas e, como consequências, reajustes naturais dos preços, dentro da lei da oferta e procura. Isso tanto valia para Adam Smith quanto vale hoje na era digital: demanda cresce, na escassez preços sobem, seja no supermercado ou na loja digital. Acontece que no Brasil a inflação foi mais injusta que nas economias mais ricas. Por exemplo, a dos Estados Unidos atingiu muito mais os ricos que a população assalariada. Dados do US Bureau of Labor Statistics foram comparados com os do IBGE para avaliar o desempenho da "inflação da pandemia" nos dois países. São assustadores.
DOS ALIMENTOS À GASOLINA
A inflação dos serviços médicos no Brasil foi maior que a dos EUA em quase cinco vezes; o item alimentos no lar apresentou inflação nos EUA oito vezes menor que no Brasil; as contas de energia elétrica subiram cinco vezes mais no Brasil que no Tio Sam; o transporte coletivo subiu mais de 60% no Brasil, em comparação com os EUA; e o gás de cozinha 30% mais. Os números são de julho/2020 a julho/2021. Você pode considerar que lá o reajuste dos preços dos combustíveis foi menor e por isso influiu nos preços para baixo. Não, o reajuste da gasolina lá foi igual ao reajuste de cá: perto de 40% no período.
Como se percebe, são preços que alcançam toda a economia, mas com maior gravidade à base da pirâmide salarial.
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