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Vinte salários é bom demais! De onde Uruoca buscou o dinheiro?
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Jornalista, colunista de Economia da rádio O POVO/CBN; Coordenador de Projetos Especiais do Grupo O POVO DE COMUNICAÇÃO; Co-Autor do livro '50 Anos de Desenvolvimento Industrial do Ceará' e autor dos 'Diálogos Empresariais', dois livros reunindo depoimentos de líderes empreendedores do Estado do Ceará

Vinte salários é bom demais! De onde Uruoca buscou o dinheiro?

Por decisão do prefeito Kennedy Aquino, os servidores públicos da educação do município receberão este ano vinte salários. Destes, sete serão pagos juntos com o 13º salário
Em Uruoca, os servidores municipais da educação vão receber sete salários junto com 13º (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Em Uruoca, os servidores municipais da educação vão receber sete salários junto com 13º

O município de Uruoca fica a 300 quilômetros de Fortaleza, na região metropolitana de Sobral (CE). Tem pouco mais de 13 mil habitantes e é lá, ao que parece, que mora a felicidade. Por decisão do prefeito Kennedy Aquino, os servidores públicos da educação do município receberão este ano vinte salários, dos quais sete juntos com o décimo terceiro. Uma bolada generosa.

Acontece que cágados não sobem em estacas. Alguém botou lá, reza a sabedoria popular nordestina. No caso, nenhum prefeito é tão bonzinho que não dê para desconfiar. O abonão de uma só "bolada" para os professores da cidadezinha deve ter uma explicação. E tem.

 

O ensino fundamental no Brasil é de obrigação dos municípios, e conta com recursos do Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica. O principal objetivo do fundo é oferecer estruturas e ensino de qualidade, financiando o treinamento e capacitação de professores.

Ocorre que o efeito Uruoca se dá todo o final de ano em centenas de municípios brasileiros. Uns mais, outros menos, mas a "química do Papai Noel de Bondades" é viabilizada por sobras de recursos não aplicados na formação dos profissionais de ensino, ao longo do exercício. Despesas que têm de ser comprovadas junto ao Ministério da Educação e TCU.

Sem projetos e investimentos, resta ao municípios aparecerem como bonzinhos e humanos com os profissionais do conhecimento, dando vazão às sobras de recursos. Ainda bem que tem um destino justo, mas são bondades que poderiam estar melhor distribuídas como mais saberes e conforto para a juventude nas salas de aula de Uruoca.

 

Foto do Nazareno Albuquerque

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