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Autonomia do Banco Central: Brasil tem questões mais urgentes
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Autonomia do Banco Central: Brasil tem questões mais urgentes

Tipo Opinião

O Brasil tem questões mais urgentes do que a autonomia do Banco Central para discutir na Câmara dos Deputados, principalmente neste momento de pandemia. A pauta econômica tem de ser ampliada, mas com assuntos nos quais o impacto seja real e rápido, e do qual depende a sobrevivência das famílias.

O retorno do auxílio emergencial certamente deve ser a prioridade; sem ele, a economia do País não terá nenhuma perspectiva. Encontrar recursos para garantir a manutenção da sobrevivência é fundamental.

A discussão sobre a autonomia do Banco Central, neste momento, apenas desvia a atenção das questões mais urgentes. Até mesmo entre parlamentares que ajudaram a eleger o presidente Jair Bolsonaro não há consenso sobre o assunto e, muito menos, clareza sobre a relevância do tema.

O deputado Danilo Forte (PSDB-CE), por exemplo, em entrevista à coluna, destacou que há dúvidas sobre o assunto em função da concentração bancária no País entre quatro a cinco instituições. "Não conseguimos baixar nem a taxa de juros do cartão de crédito. Tem de haver outra forma de reduzir a insegurança jurídica", acrescenta.

O assunto também divide os economistas, principalmente quando o governo agrega a autonomia do Banco Central à geração de emprego, o que complica ainda mais a missão da instituição - hoje voltada para o controle da moeda, dos juros e da inflação.

Hugo Figueiredo, presidente da Cegás
Foto: Divulgação
Hugo Figueiredo, presidente da Cegás

Cegás

Contratação de novos fornecedores

A Companhia de Gás do Ceará (Cegás) está concluindo a chamada pública para a compra de gás de novos supridores. A empresa, junto com outras distribuidoras nordestinas, lançou em setembro de 2020 os editais para a compra do produto a partir de primeiro de janeiro de 2022. Os contratos com a Petrobras entram em estágio de redução e conclusão neste mesmo período, devendo os acordos serem substituídos.

O presidente da Cegás, Hugo Figueiredo, prevê a necessidade de um lote com volume de suprimento de 600 mil m³/dia, por dois anos, com início de fornecimento a partir também do dia primeiro de janeiro de 2022. Os volumes serão entregues nas Estações de Transferência de Custódia - ETC, localizadas nos municípios de Fortaleza, Aquiraz, Pecém, Caucaia, Aracati e Horizonte. A Cegás atende 22.482 clientes, com 555,4 km de rede de gás canalizado.

BPC

Manutenção do benefício

O deputado Danilo Forte apresentou uma proposta de emenda à medida provisória do governo que fixa em um quarto do salário mínimo a renda per capita máxima para que uma família seja beneficiada com o Benefício de Prestação Continuada (BPC). O parlamentar quer impedir essa restrição, que teria um efeito desastroso no Norte e Nordeste. Da forma como a proposta do governo foi apresentada, até as pessoas contempladas com o Bolsa Família deixariam de receber os pagamentos do BPC.

Aeris

Resultados do trimestre

A Aeris Energy fará a divulgação do seu resultado trimestral amanhã, às 11 horas. A previsão é de que os resultados da companhia sejam muito bons, com aumento de 117% da receita líquida na base anual e de 11% no trimestre, em função dos investimentos em expansão de capacidade alocados ao longo de 2020.

Edgar Morin, filósofo e sociólogo francês
Foto: JEFFERSON BERNARDES
Edgar Morin, filósofo e sociólogo francês

Mudança de via

Lições do Coronavírus

O sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, no livro "É Hora de Mudarmos de Via - as lições do coronavírus", destaca as insuficiências políticas, econômicas e sociais expostas pela pandemia. Com a sabedoria dos seus quase 100 anos e de uma velhice bem vivida, Morin ressalta a necessidade de regenerar a política, de humanizar a sociedade e de haver um humanismo regenerado.

A política regenerada, na sua visão, realizaria as verdadeiras reformas que não consistem em reduções orçamentárias, mas em mudanças no estado, exigindo uma governança de diálogo. Isso seria feito através da ação do estado, das coletividades públicas, de conselhos competentes, que conclamem o despertar do cidadão por meio da conscientização dos problemas.

O conselho de Morin não é válido só para a França: serve também para nós, com a necessidade de afastarmos políticas apenas eleitoreiras, em prol de ações efetivas que ajudem na solução das dificuldades enfrentadas no momento.

 

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