
Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.
Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.
O Brasil teve um saldo positivo de 120.935 empregos em abril. O Ceará, seguiu o mesmo caminho e obteve um resultado de 3,2 mil novos postos. Ainda que o mercado de trabalho ainda esteja muito centrado em Fortaleza, o número deve ser comemorado, embora esteja longe de atender a demanda de quem necessita de renda. A pandemia elevou o perfil de exclusão do País; portanto, qualquer inclusão gera um impacto positivo, mas é preciso observar os números.
O estudo "Os impactos da Pandemia no Mercado de Trabalho", publicado ontem pelo Sine/IDT, confirma as pesquisas anteriores, mostrando como a falta de uma coordenação nacional afetou não apenas a saúde, mas também a geração de emprego. Com a possibilidade de uma terceira onda, os erros cometidos até agora devem ser avaliados. O estudo, realizado por Erle Mesquita, sociólogo e analista do Sine-IDT, revela a perda salarial.
No Ceará, por exemplo, as contratações passaram a ocorrer no menor padrão possível. Em 2020, pelo menos metade dos trabalhadores com carteira assinada teve, como valor de contratação, o salário mínimo, o que equivalia a R$ 1.045,00. A taxa de desemprego no estado poderia ter sido muito mais elevada sem essas baixas remunerações, mas fica novamente o alerta para a deterioração do mercado, com um grande número de informações e pessoas com baixo rendimento.
Ou seja, um mercado ainda mais pobre, que precisará de tempo, investimentos e vacinas para se recuperar.
Brasil
O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, lançou ontem um novo livro: "Lições Amargas: Uma História da Atualidade", pela editora História Real/Intrínseca. O economista, que participou da equipe do plano real, filiado ao partido Novo, lamentou o tempo desperdiçado pelo País, que perdeu várias possibilidades de crescer.
Investimentos
O economista Alcântara Macêdo tenta responder uma pergunta desafiadora: qual o cenário brasileiro no pós-pandemia? Ele lembra que a pandemia ativou um freio de arrumação na economia mundial. Na sua avaliação, a situação brasileira poderia estar pior: "No ano passado, se falava em decréscimo de mais de 10% no PIB; isso não ocorreu, foi de 4,1%; se dizia que o desemprego no Brasil chegaria de 18% a 20%; alcançou 14%. Os sinais vitais da economia estão vivos. O país continua sendo uma grande oportunidade para investir".
As fragilidades sociais do Brasil, segundo ele, não serão resolvidas agora. Apesar disso, ele acredita que esse é um momento para se ganhar dinheiro "O momento é agora. Depois, é mais caro", reforça.
"Sonegômetro"
O Sindicato dos Fazendários do Ceará (Sintaf) colocou na sua página um "sonegômetro", uma espécie de cronômetro com os valores não arrecadados, mostrando o quanto o país perde com a falta de pagamento de impostos. De primeiro de janeiro deste ano até às 18 horas de ontem, estava em mais de R$ 250 bilhões.
Quem ganha
O diretor de organização do Sintaf, Lúcio Maia, em entrevista ao Guia Econômico da Rádio O POVO/CBN, comentou a proposta de reforma tributária que avança no Congresso. Na sua avaliação, o contribuinte final não sentirá nenhum efeito das medidas, até agora centradas apenas nos impostos federais e na criação do IVA.
Para ele, teria de haver uma inversão da lógica de cobrança, com taxação das grandes fortunas e menor piso tributário sobre o consumo.
Empreendedores
A coluna destacou no sábado que 86 mil microempreendedores do Ceará podem ter os registros cancelados. Eis, no quadro, os prejuízos para quem não se regularizar até a próxima segunda-feira, dia 31 de maio.
1. Baixa no CNPJ
2. Baixa nas inscrições Estadual e Municipal
3. Cancelamento dos alvarás concedidos
4. Não reversão do cancelamento
5. Possibilidade de transferência de débitos existentes para o CADIN
6. Conhecimento do motivo da baixa por parte do fornecedor
7. Impossibilidade de obter acesso a linhas de crédito exclusivas para empresas que possuem menores taxas de juros
Fonte: Sebrae
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