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Cearenses aplicam mais de R$ 8 bi na bolsa
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Cearenses aplicam mais de R$ 8 bi na bolsa

Tipo Opinião

Garotos e garotas que operam day trade (operação do dia), pessoas cansadas da rentabilidade baixa de aplicações tradicionais e novos aventureiros em geral: o mercado brasileiro ainda está longe do seu "similar" norte-americano, mas o fato é que mais pessoas físicas têm buscado investir na bolsa de valores.

Diante disso, parece que é iniciado um processo de descentralização da B3. Embora 47,64% das pessoas físicas que operam na Bolsa estejam em São Paulo, há uma participação maior de investidores de outros estados. No Nordeste, essa nova cultura financeira ainda engatinha, mas o seu crescimento chama a atenção.

Em maio, o número total de investidores se aproximou da marca de 3,7 milhões; os estados de São Paulo e Rio de Janeiro representaram cerca de 1,8 milhão; o restante do País: 1,9 milhão de contas.

Percentualmente, a participação do Ceará é simplória (1,52%), mas é visível o aumento do número de contas - um total de 73.726 contas até o final de maio. O estado tem um número de investidores inferior à Bahia e a Pernambuco, mas está entre os "dez mais" em valores reais, com um total de R$ 8,13 bilhões aplicados. O número ainda é pequeno se comparado com São Paulo, por exemplo, que tem R$ 254 bilhões investidos, ou o Rio de Janeiro, com R$ 78,31 bilhões, mas mostra a caminhada. Vale lembrar que, em um estudo divulgado pela B3, em 2020, o número de contas de investidores pessoa física no Ceará era de 26 mil em 2019, passando para 35 mil em 2020.

O mercado de bolsa se destaca de modo particular porque, em muitos momentos, ele trabalha deslocado da realidade presente: flutua e fareja problemas e oportunidades, garantindo normalmente grandes ganhos para os mais experimentados e prejuízos para os pequenos que se assustam com suas oscilações. Como já afirmou uma vez o megainvestidor Warren Buffett, "o risco vem de não saber o que você está fazendo".

Mercado

ALTERNATIVAS AOS "BANCÕES"

Historicamente, o Sudeste sempre concentrou os investimentos no Brasil, e existem várias razões para justificar esse comportamento do mercado. O economista e sócio da VLG Investimentos, Leonardo Milane, destaca alguns, como um misto de concentração de renda e de educação financeira mais enraizada naquela região.

Com o ambiente de juros baixos e de maior acesso à informação, as pessoas passam a buscar formas alternativas de como aplicar seus recursos. "Há grandes centros do Nordeste riquíssimos", reforça.

A situação brasileira ainda está longe de ser comparada aos Estados Unidos, onde as "vovozinhas" compram ações da Apple ou da Disney para os seus netos. Apesar disso, Milane afirma que os aplicadores vem repensando a rentabilidade dos seus CDBs comprados em "bancões".

O mercado de capitais também passou a ser percebido como uma forma de conseguir recursos para investimentos em projetos. Essa tendência, na avaliação do economista, veio para ficar, através de operações estruturadas mais sofisticadas, como os Certificados de Recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA).

"The Economist"

O BRASIL EM UMA DÉCADA SOMBRIA

A revista inglesa "The Economist", mais uma vez, destaca o Brasil na capa. O País, em outros momentos, foi alvo da publicação, com reportagens extensas e relatórios sobre o cenário nacional. Há 10 anos, chamava a atenção a nação que decolava; em 2013, retratava pessimismo em relação à economia. Desta vez, a revista, de pensamento liberal, destaca a falta de oxigênio, com a manchete "A década sombria do Brasil". Na reportagem é revelado o quadro assustador do país, ameaçado pela estagnação econômica, pela Covid-19 e pela crise política.

A revista reflete como o Brasil é visto pelo mercado internacional. As críticas não vêm da esquerda, mas de especialistas liberais, que deveriam concordar (em tese) com o ministro Paulo Guedes - e essas críticas reforçam como o País está perdido.

 

TítulO

A consultoria EY (antiga Ernst & Young) anunciou parceria com a CrowdStrike para oferecer apoio na área de segurança cibernética. O objetivo é identificar, prevenir e responder, de forma mais eficaz, a possíveis incidentes nesta área. A pedido da coluna, o sócio de Cibersegurança da EY Brasil, Rinaldo Ribeiro, apresenta algumas dicas para a empresa se proteger. Manter Atualizado O Inventário De Ativos De Tecnologia: é necessário identificar o que é realmente crítico, classificando os principais ativos com os principais processos de negócio. Atentar para credenciais e gestão de identidades: deve-se considerar aqui uma política e gestão de senhas adequadas, além do duplo fator de autenticação e atenção redobrada para credenciais de alto privilégio; Implementar processos proativos e adequados de gestão de vulnerabilidades: em diversas situações existem as explorações de falhas, como configuração e segurança em software. É fundamental manter os ativos de tecnologia atualizados com as últimas versões e patches de segurança disponibilizados pelos fabricantes. Manter visibilidade e monitoramento proativo: é importante ter processos e tecnologias que tragam a visibilidade adequada para a detecção de comportamentos anômalos e ações maliciosas. Considerar os aspectos humanos da cibersegurança: é importante conscientizar os usuários e atentar para o comportamento deles, seja no reporte de incidentes relacionados à segurança das informações, seja nos sistemas.

Paulo Elias, sócio da Expand Brazil
Paulo Elias, sócio da Expand Brazil

BATE-PRONTO

O Dólar tem surpreendido. Ontem, a moeda norte-americana fechou em R$ 5,036. O especialista em negócios internacionais e sócio da Expand Brasil, Paulo Elias, conversou com a coluna sobre o assunto.

Como estão os importadores em relação a esse comportamento do dólar?

Paulo Elias - O cenário é muito volátil. No âmbito internacional, o ganhar prazo com o fornecedor, sem nenhum tipo de trava, pode ser um tiro no pé. O mercado está eufórico, buscando informações, para formular cenários mais ou menos conservadores sobre essa variação cambial.

O que tem acontecido?

Paulo Elias - O mercado tem olhado muito dois aspectos: um deles é o mercado internacional de olho nos Estados Unidos e nos seus índices, e como eles têm reagido à vacina e ao retorno do consumo. Os últimos indicadores foram positivos sobre o crescimento da economia norte-americana, com o aumento do número de empregos. O outro aspecto diz respeito a alguns pontos importantes como a revisão do PIB, com a geração de possíveis indicadores, com o movimento de investimentos em ativos no Brasil, como na bolsa. Acredito que o dólar deva manter consistência de queda, embora não esteja no patamar ideal para os importadores.

O dólar influencia na inflação; como você percebe
as negociações para segurar os preços?

Paulo Elias - O Banco Central normalmente entra, mas acreditamos que ele não vai mostrar uma mão tão incisiva. O Banco Central poderia trabalhar com restrição, mas não tem seguido esse padrão. Estamos próximos de quebrar marcas simbólicas. A expectativa é de queda do dólar, ficando abaixo de R$ 5, mas o mercado pode responder de outra maneira. Algumas consultorias acreditam que o dólar permanecerá no patamar de R$ 5 a R$ 5,10.

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