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Cinturão Digital gera R$ 200 milhões de ICMS
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Cinturão Digital gera R$ 200 milhões de ICMS

Ecossistema de TI do Ceará gera 10 mil empregos e mais de R$ 1,5 bilhão na economia
Tipo Opinião
Ticiana Rolim Queiroz (Foto: Gentil Barreira/ Divulgação)
Foto: Gentil Barreira/ Divulgação Ticiana Rolim Queiroz

O Brasil continua longe de ser o País do futuro, mas algumas iniciativas isoladas estão dando certo. Uma delas é o Cinturão Digital do Ceará (CDC): criado em 2010 com investimento de R$ 70 milhões, se transformou em uma megavia de transporte de dados e informação, gerando hoje em ICMS o equivalente a R$ 200 milhões por ano.

Essa é mais uma prova de que o Estado precisa ser indutor de ações de desenvolvimento. Além da estrutura em conectividade nos 184 municípios, com mais de 100 mil quilômetros em fibra óptica, conseguiu atrair e formar pequenos provedores.

O ecossistema de Tecnologia da Informação atualmente possui mais de 500 grandes, pequenas e médias empresas. O secretário de Ciência e Tecnologia, Inácio Arruda, comemora os números e o impacto na economia: são 10 mil pessoas empregadas no setor, gerando mais de R$ 1,5 bilhão na economia.

"O investimento público, como em qualquer outra área, faz parte de uma decisão política", acrescenta. Resultado: em meio à pandemia, onde nunca se precisou tanto dos meios digitais, o Estado possui mais de 42 cidades fibradas, segundo os dados da Anatel.

Vale ressaltar que esse foi um esforço tomado como uma política de estado, atravessando egos e gestões de governos diferentes. A estrutura atualmente permite o acesso a mais de R$ 2 milhões de pessoas que utilizam o serviço.

Qual será o próximo passo agora? Vender o cinturão digital ou a Empresa de Tecnologia de Informação (Etice)? Tudo depende de quem está no poder. Até o momento, a visão é de que é possível um desenvolvimento maior através dessa estrutura. Ou seja, atrair grandes players internacionais para o mercado local, além de ações importantes dentro do processo de modernização e segurança do próprio Estado.

É preciso ressuscitar o economista britânico John Maynard Keynes para falar sobre o papel do estado. Depois de toda crise de 2008 e da que foi criada pela pandemia, mais do que nunca ficou claro que existem ações complementares entre poderes público e privado.

Etice

NOVOS PROJETOS

O Ceará possui atualmente 16 cabos de fibra óptica e pretende ser o grande provedor de conteúdos para o Brasil, desenvolvendo serviços de datacenter e nuvem. O presidente da Etice, Adalberto Pessoa, explica que camadas de conectividade estão sendo trabalhadas .

Em 2015, a empresa apresentava déficit em seus resultados, mas atualmente gera Ebitda (lucro antes dos juros e impostos) equivalente ao que faturava em 2014.

Leilão 5G

MERCADO PARA PROVEDORES

Operadora de telecom nordestina estuda a possibilidade de disputar sozinha um dos leilões de 5G em 2022. A perspectiva é que os provedores regionais se preparem para reforçar sua presença nas localidades mais afastadas dos grandes centros.

Ontem, a Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática promoveu uma discussão sobre o assunto, analisando as oportunidades de negócios com a chegada desta nova tecnologia. Há estudos sobre o potencial de geração de empregos a partir do leilão do novo serviço e da lei de antenas.

diretor de transformação estratégica da Wirelink, Antônio Loss
diretor de transformação estratégica da Wirelink, Antônio Loss

SUSTENTABILIDADE

Na próxima segunda-feira, estreia o Especial Economia Sustentabilidade Digital. O programa trata das oportunidades geradas nessa era de contatos online e do apartheid digital no mundo da educação. Para discutir o assunto, o programa recebe o secretário-executivo do Comércio, Serviço e Inovação da Sedet, Júlio Cavalcante Neto, e o diretor de transformação estratégica da Wirelink, Antônio Loss. O Sustentabilidade será exibido a partir das 18 horas, no Canal FDR.

BATE-PRONTO

A empresária Ticiana Rolim, em conversa com a coluna, falou sobre programas desenvolvidos pela Somos Um (negócio de impacto social), voltados para mulheres moradoras do Grande Bom Jardim. O projeto faz parte da Trilha Florescer.

Ticiana Rolim Queiroz
Ticiana Rolim Queiroz

Como tem sido o trabalho de fomento ao empreendedorismo feminino?

Ticiana Rolim - O empreendedorismo feminino é um assunto que nos move, diariamente, na Somos Um. A maior parte do nosso tempo é voltado para as mulheres e o empreendedorismo feminino, não só pela importância que elas por si só já têm para a sociedade, mas, principalmente pela liberdade que elas podem obter a partir do empreendedorismo. Ele é um instrumento para conquistar essa liberdade.

O que você acha que precisa melhorar?

Ticiana - Hoje em dia, a gente ainda precisa correr muito atrás de um atraso que é de gerações. Para isso, é necessária a oferta de oportunidades para as mulheres. Temos de honrar todas as mulheres da história, que lutaram pelos nossos direitos e para que, hoje, a gente consiga estar aqui, falando sobre a possibilidade de dar mais um passo rumo à liberdade que a gente merece. Considero que a sociedade está doente, e a gente já percebeu que o patriarcado nunca foi a melhor solução para ela. Parafraseando o Papa Francisco, a mudança que precisamos agora vem da energia feminina, daquelas mulheres que têm mais condição ou mais flexibilidade de cuidar.

Quais as ações necessárias?

Ticiana - Nós, mulheres, somos as maiores responsáveis pela criação da próxima geração. Então, essa é uma iniciativa pela qual estamos atuando tanto para a geração atual quanto também estamos plantando sementes para a próxima geração que está por vir. Sinto que a gente precisa unir forças, não só da iniciativa privada e do poder público. Na Somos Um, temos a nossa mandala, a mais importante, e que dá rumo aos nossos projetos; ela se forma quando a gente coloca o coração e o propósito da ação no meio e, ao redor, conectamos poder público e privado, universidades, organizações do terceiro setor e sociedade civil.

Topfive

O sócio de consultoria em fusões e aquisições da KPMG, Luís Motta, a pedido da coluna, dá cinco dicas para quem quer participar de um processo de aquisição de empresas.

Para que um processo de aquisição em uma empresa seja iniciado, é preciso entender se ela está sendo vendida ou comprada.

No caso de compra de uma empresa, a primeira questão é analisar se há uma estratégia de longo prazo que deva passar por crescimento, inovação ou qualquer outra coisa que justifique trazer uma nova competência para dentro de casa ou uma nova localização geográfica, um novo produto, novas pessoas etc.

Uma vez identificadas as empresas-alvo, é preciso ter uma forma profissional de abordá-las, para haver troca de informações e saber se realmente aquilo que se diz a respeito delas faz sentido na prática.

Analisar como será feita a integração das operações da empresa atual com a que está sendo comprada. Nesse caso, é preciso ter conhecimento sobre tecnologia, quem são as pessoas, como funciona a cultura da empresa, os números, se há contingências, se realmente o que ela faz gera valor.

Do ponto de vista do vendedor, essa operação é um pouco diferente. Primeiro, é preciso entender por qual momento a empresa passa, por que está sendo vendida e qual o objetivo da transação. Vale questionar ainda se ela é lucrativa ou se está com problemas financeiros, o porquê de o proprietário querer sair do negócio, se há uma questão de sucessão.

Breves

ROTA DAS FALÉSIAS - O projeto Rota das Falésias, aprovado pela Assembleia Legislativa na quinta-feira, abrange os municípios de Eusébio, Aquiraz, Pindoretama, Cascavel, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí, e reunirá roteiros de lazer, esportivo, gastronômico, ecológico, histórico, cultural e de aventura. O deputado estadual Acrísio Sena (PT), autor da matéria, ressalta a importância da rota, que deve gerar emprego e renda para uma população que, muitas vezes, depende apenas do turismo.

FORTALEZA CAPACITA - Parceria entre o Sebrae-CE e a Prefeitura de Fortaleza pretende capacitar 30 mil empreendedores. O lançamento do programa Fortaleza Capacita será segunda-feira (28), às 9h30, através de live transmitida pelo Canal do Sebrae-CE no YouTube e pelas redes sociais do prefeito José Sarto.

PRÊMIO REVELAÇÃO - O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-SP) seleciona trabalhos para a 18ª edição do Prêmio Revelação em Finanças. Os participantes desta edição concorrerão a R$ 15 mil em dinheiro e uma bolsa para curso em São Paulo do MBA Executivo em Finanças Saint Paul, entre outros prêmios. Podem participar profissionais de finanças de empresas privadas ou públicas. As inscrições vão até o dia dois de julho.

 

Foto do Neila Fontenele

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