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Como será o amanhã?
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Neila Fontenele ciência e saúde

Como será o amanhã?

Tipo Opinião

Os números sobre o envelhecimento no país ainda são vistos com perplexidade. Embora o assunto não seja novo, ainda há muito assombro quando se pensa que, em 2050, cerca de um terço da população nacional terá mais de 60 anos.

Os dados do Censo 2022, calculados pelo IBGE e divulgados na última quinta-feira, apontam para um país de idosos em 2070, aprofundando ainda mais tais questões, quando pensamos em condições das cidades, transporte, estrutura de moradias, renda e centros de saúde. Se, de um lado, comemoramos a possibilidade de viver mais, de outro vemos com clareza como estamos despreparados para isso.

Embora não possamos falar apenas de um tipo de envelhecimento, devido às múltiplas formas dessa experiência, o fato é que a palavra "velho" é considerada quase um palavrão, associada a algo fora de uso, desgastado. Provavelmente, teremos de ser mais gentis não apenas na forma de nomear as pessoas com mais experiência nesse plano terrestre, mas há ainda um desafio a ser iniciado agora: pensar em como melhorar a qualidade de vida da população.

Afinal, qual será o idoso que chegará vivo em 2050, depois de se expor a transportes massacrantes, alimentação ruim e, muitas vezes, a trabalhos com remuneração baixa e sem nenhum benefício
de aposentadoria.

O fato é que há uma hostilidade no trato com as pessoas em todas as etapas da vida. Quando olhamos as políticas voltadas para a infância, percebemos uma evolução, mas também o quanto ainda é preciso ser feito para garantir o desenvolvimento saudável das crianças.

Na fase adulta, as questões se multiplicam e ainda surgem os desafios para a manutenção da renda. Na velhice, todas as disparidades sociais parecem se acentuar, com o surgimento de doenças e a elevação do desamparo das famílias que muitas vezes não sabem (ou não têm condições de) cuidar de quem perdeu sua autonomia.

Neste período de eleição para prefeito, vale o exercício: o que pode ser feito nesse momento para criar políticas multissetoriais para acolher os idosos? Pense que um desses idosos pode ser você, depois do acúmulo do tempo. n

 

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